Botija de gás poderá custar mais de R$ 70 na revenda local

O gás de cozinha, em Manaus, deve aumentar em torno de R$ 5 e a botija pode chegar até R$ 70 a partir de hoje. Segundo revendedores da capital, após aumentos mensais sucessivos da Petrobras e o díssidio da categoria de trabalhadores em setembro, revendedores vão começar a repassar alta pela segunda vez no ano. A Fogás, uma das revendedoras do GLP em Manaus, anunciou reajuste para distribuidores, na úlima terça-feira.

O proprietário de uma distribuidora da marca, localizado no bairro Flores, Couto Marques não quis surpreender negativamente os clientes nos últimos meses e segurou os reajustes. “Se eu aumentar dessa forma, vou deixar meu cliente muito confuso, então preferi segurar, mesmo que ele sinta um impacto maior depois, mas é melhor que aumentar todo mês”, disse.

No comércio de Marques, o aumento vai ser de R$ 5 a botija de 13 Kg que atualmente comercializa por R$ 60, principalmente por causa do dissídio dos trabalhadores e dos aumentos dos últimos dois meses da Petrobras às revendedoras.  “O dissídio dos entregadores que equivale a R$ 0,12 o quilo e os aumento sucessivos da Petrobras fizeram eu chegar ao cálculo de R$ 0,40 de aumento por quilo a partir de domingo”, disse.

Já em uma distribuidora da Amazongás, no Centro de Manaus, a atendente Erika Santos acha que o reajuste da revendedora deve ser de R$ 3. “Uns dizem que a (botija) da Amazongás vai pra R$ 64 outros para R$ 75, mas aqui a botija de 13 Kg está custando R$ 60 com entrega e R$ 58 pra quem pegar aqui. Mas, na zona leste, chegam a cobrar R$ 70”, disse. Segundo Santos, o reajuste da Amazongás deve ser anunciado em um mês. “Já sabemos que é de praxe a Amazongás reajustar um mês depois da Fogás que já anunciou o aumento de R$ 5. Estimamos que será de R$ 3”, disse.

Reajustes

Em junho, a Petrobras anunciou uma nova política de preços do GLP. Desde março, a estatal corrige os preços do combustível de acordo com a cotação no mercado europeu.

O presidente da companhia, Pedro Parente, explicou a razão que motivou a adoção desta nova metodologia.  “Quando falamos na Paridade de Preços Internacional (PPI), isso significa uma combinação do preço internacional somado ao frete e demais custos. Nesse caso, nós estamos falando apenas do preço internacional. Essa é a diferença que permite que pratiquemos um preço abaixo do gás industrial e comercial, conforme determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)”, apontou.

O preço final às distribuidoras será formado pela média mensal das cotações do butano e do propano no mercado europeu (Butane NWE CIF ARA e Propane NWE CIF ARA) convertida em reais pela média diária das cotações de venda do dólar, conforme divulgada pelo Banco Central, acrescida de uma margem de 5%. As correções de preços terão vigência a partir do dia 5 de cada mês.

Em março, a companhia reajustou os preços de venda para as distribuidoras do gás liquefeito de petróleo para uso residencial vendido em botijões de até 13 kg (GLP P-13) em 9,8%, em média.

Em julho, a correção foi para baixo. “A Petrobras informa que, de acordo com a política de preços divulgada em junho, reajustou os preços do gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado pelas distribuidoras em botijões de até 13 kg (GLP P-13), o gás de cozinha, em -4,5%, em média”, informou comunicado oficial.

No mês seguinte, em agosto, o reajuste do gás de cozinha residencial chegou a 6,9% em média. “Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores”, disse em comunicado. (D24 AM)