Chefe do tráfico na Rocinha, Rogério 157 tentou negociar rendição com a PF

A Polícia Federal informou que foi procurada na sexta-feira (22), pouco antes da chegada das Forças Armadas à Rocinha, por uma pessoa da família do traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, para negociar a rendição dele. Segundo o chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal no Rio de Janeiro, delegado Carlos Eduardo Thomé, no mesmo dia equipes de policiais federais se posicionaram no entorno da comunidade para avançar na negociação e acompanhar a movimentação das forças de segurança que estavam na região. No entanto, o familiar do traficante pediu que a negociação se estendesse até sábado e não houve mais contato para combinar a rendição.

“Pelo trato, estava bem claro que ele estava cercado, estava acuado dentro da favela e não estava sendo possível ele sair naquele momento. Esse familiar pediu que aguardássemos que no dia seguinte voltaria a procurar a polícia e intermediar este contato para ele poder se entregar. Isso não aconteceu no sábado, também não aconteceu no domingo e, até o momento, não voltou a procurar a polícia. Reforçamos, todos os órgãos estão à disposição para que ele possa procurar e se entregar”, disse à Agência Brasil.

Thomé disse que a situação de Rogério 157 é bastante “desconfortável” porque, além de estar sendo procurado pelas forças de segurança, trava uma disputa de território com os antigos aliados da mesma facção criminosa. “A situação dele não é nada confortável dentro da favela. Estamos trabalhando. Ele está sempre cercado em vários pontos tanto que estão ocorrendo confrontos nas comunidades. Tenho certeza que em pouco tempo ele será capturado”, disse.

O delegado não acredita que a proposta de rendição tenha sido uma tentativa de testar até onde as forças de segurança poderiam ir para realizar a prisão do criminoso.

“Não enxergo dessa maneira de testar até onde podia ir. Segundo o familiar, ele confia no trabalho da polícia. O objetivo dele era efetivamente a negociação de forma que ele pudesse se entregar, responder pelos seus crimes e ter a sua integridade física preservada. Evitar a sua morte em confronto, seja com as forças de segurança, ou mesmo com seus antigos comparsas. Ele estava efetivamente temendo pela sua vida”, indicou.