iPhone 6, chocolate, cosmético: o que vale a pena comprar no free shop?

Os preços encontrados nos Duty Free, os famosos free shops (lojas com isenção de impostos), podem ser menores do que os do Brasil, mesmo cobrados em dólar.

Entretanto, nem sempre vale a pena comprar no free shop. Levando em conta fatores como o câmbio e tipo do produto, pode compensar comprá-los no Brasil ou no país de destino.

Não deixar para comprar na volta e pesquisar antes

“Quando falamos de free shop, a primeira dica que dou é não deixar para comprar na volta”, afirma a executiva Ana Paula Tozzi, presidente da GS&AGR Consultores. “O ideal é ter em mente o que quer comprar, e fazer uma pesquisa dos preços antes de embarcar.”

Ela também explicou que os preços de um mesmo produto podem ser diferentes de acordo com o local do Duty Free –e que as lojas brasileiras estão entre as mais caras do mundo.

“Como essas lojas trabalham com a própria cotação do dólar, que normalmente é maior que o dólar turismo, não vale a pena. Elas têm que manter um câmbio estável”, disse. “Também a questão do aumento no IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] deixou todos os produtos mais caros nos free shops brasileiros.”

Bebidas alcoólicas: nem sempre vale a pena

Um dos principais exemplos desse caso são as bebidas alcoólicas. Embora alguns rótulos e tipos de fato sejam mais baratos, como vinhos, os demais acabam sendo mais caros do que em algumas lojas no Brasil.

“Depende muito: se for um rótulo impossível de encontrar no Brasil ou no país de destino, ou de edição limitada, vale a pena”, afirma Ana.

Comparando os preços de produtos listados no portal do Duty Free Brasil com os sites de grandes varejistas brasileiras, a executiva comentou sobre quais produtos se encaixam nessa situação:

1. iPhone 6

Reprodução/TheVerge

“O iPhone 6 pode ser comprado por US$ 685 no Duty Free, que, convertido para o real (com dólar a R$ 3,72) e incluindo o IOF, totaliza R$ 2.740. Em algumas lojas brasileiras, esse mesmo produto pode ser encontrado por R$ 2.800 à vista, ou R$ 3.200 parcelado”, diz Ana.

Pode acabar valendo a pena comprar no Brasil, mesmo pagando um pouco mais caro, por conta das “políticas de pagamento, garantias e defesa do consumidor”, afirma. “Pesquisar o preço em varejistas brasileiras é essencial.”

Caso não tenha urgência em comprar um eletroeletrônico, vale fazer a compra nos Estados Unidos, caso esse seja o seu destino. Lá com certeza se encontra um melhor custo, diz ela.

No entanto, é preciso ficar atento ao limite de US$ 500 para compras no exterior. Você pode trazer apenas um celular do exterior sem entrar na cota dos US$ 500, desde que ele já esteja usado. E esse deve ser o único aparelho. Se você tiver levado outro celular para a viagem, ele será isento e o aparelho que você comprou no exterior será taxado.

2. Malas e acessórios

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Na maioria dos casos, são mais baratos no Brasil ou no país de destino. São produtos considerados de necessidade e urgentes, e são mais caros nos Duty Frees de aeroportos.

3. Vestuário

Oficina de Estilo

A consultora destaca que muitas marcas famosas encontradas nos aeroportos são vendidas em lojas e shoppings no Brasil. Por serem cotados em dólar no aeroporto, os preços muitas vezes acabam ficando mais altos.

Além disso, dependendo do seu país de destino, as roupas podem ser muito mais baratas. Em alguns países, você encontrará lojas ou outlets com preços menores.

4. Cosméticos

Reprodução

No caso dos cosméticos, a consultora afirma que vale mais a pena comprar fora do Brasil, não no free shop. “É uma questão delicada: os Duty Frees não têm muita concorrência, e muitos desses cosméticos são comprados de última hora, no desembarque, sem pesquisa”.

De acordo com Ana, por conta dos impostos cobrados aqui, os cosméticos sempre têm preços mais altos no Brasil.

5. Chocolates

Divulgação

Mesmo que rótulos novos de chocolate sejam vendidos no Duty Free, eles também são mais caros, segundo Ana. Um exemplo é o Toblerone de 400 gramas: o preço médio é de US$ 16 nessas lojas, preço total equivalente a R$ 63,32. Em mercados de São Paulo, é possível comprar o mesmo produto por R$ 41 à vista, diz a consultora.