Os medalhões

janderTenha SEMPRE um medalhão ao seu lado, disse o profissional, contratado para ser uma espécie de bufão da rainha. Mas que tipo de medalhão? Uma mandala, um olho grego, um crucifixo? perguntou a Rainha de Copas.

 — Nada disso, uma PESSOA de boa fama, alguém que é admirado e respeitado e pode te EMPRESTAR essa boa reputação, porque a tua é péssima, como bem sabes, respondeu ele cruzando os braços. E ela foi procurar esses tais medalhões… Encontrou alguns, seduziu com o luxo de seu castelo, com suas palavras fúteis, com presentes do reino encantado entre outras coisas. Mas NINGUÉM PERMANECEU com ela. Ninguém!

 Aliás, nem mesmo o bufão que a aconselhava está lá. Disse-me ele que JAMAIS voltará àquele reino, porque tudo lá é muito podre. Cansado de ouvir os gritos da mimada, de receber chibatadas ao nascer do sol, ele abandonou a carreira de bobo da corte e passou a ganhar o pão com outras cores e paisagens mais harmônicas.