Categoria decide paralisar atividades em três delegacias, por dia, até assembleia geral

Após a rebelião e fuga de detentos de presídios de Manaus, policiais civis do Amazonas decidiram publicar um edital de convocação de assembleia geral para discutir uma possível greve da categoria, devido o não pagamento do reajuste de perdas salariais pelo Governo do Estado do Amazonas. Enquanto isso, a categoria vai paralisar as atividades em três Distritos Integrados de Polícia (DIP) por dia, a partir desta sexta-feira (6), até a decisão final que deverá ser tomada na assembleia geral, a ser realizada dez dias após a publicação do edital, prevista para este sábado (7).

A medida foi decidida na sede do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Estado do Amazonas (Sinpol-AM), na noite desta quinta-feira (5), onde delegados, escrivãos, investigadores, peritos e membros da Polícia Civil estiveram presente.

Segundo o vice-presidente da Sinpol, Odirlei Araújo, a categoria dos policiais civis do Estado recebem reajuste por perdas salariais desde o ano de 2015, com previsão para término em 2018. De acordo com ele, o Governador do Amazonas, José Melo, negou o pagamento que seria feito em 2017.

“Tivemos uma reunião com ele e nos foi dito que o governo não tem dinheiro para pagar o reajuste este ano. Com isso, estamos realizando discussões para tomarmos as medidas necessárias”, disse.

O sindicato teve uma reunião com o governador José Melo, na tarde desta quinta-feira (5), segundo Odirlei, onde foi proposto à categoria que a parcela do escalonamento, que seria paga em janeiro, deveria ser paga em abril, quando o governo teria dinheiro em caixa. Durante a reunião, todos os policiais presentes negaram a proposta.

Além da medida, os policiais civis também decidiram que, nesta sexta-feira (6), a partir das 9h, o 1º, 2º e 3º Distrito Integrado de Polícia (DIP), terão as atividades totalmente paralisadas. A partir dos próximos dias, outros três DIPs em sequência também devem paralisar, até a decisão na assembleia geral.

Com a situação que a cidade vive, com a recente fuga de detentos de cadeias, Odirlei lamenta a possível greve com este cenário. “Uma decisão desta é extremamente difícil. Nós também temos os nossos familiares que fazem parte da população. A marginalidade na cidade em alta e nós tendo que tomar uma decisão dessas é complicado para nós”, disse.

O delegado Costa e Silva, presidente do Sindicato dos Delegados de Carreira do Estado do Amazonas (Sindepol-AM) lamentou a indenização que o Governo deve pagar para a família dos 60 detentos mortos durante a rebelião em dois presídios da cidade, com o cenário que a categoria vive. “Nós achamos isso uma total falta de respeito. Com todo o respeito que temos às famílias, eles não merecem um tratamento diferenciado do restante da sociedade. O governador já iniciou por conta própria o processo de indenização para eles e quando a polícia vai exigir algo que é de seu direito, precisa ser submetido à processos burocráticos”, afirmou.

 

Foto e fonte: D24 AM