Queda no preço do petróleo faz o dólar bater R$ 4,13

As fortes perdas do petróleo no mercado internacional, tanto em Londres quanto em Nova York, voltaram a determinar a busca global por ativos considerados mais seguros. Isso impulsionou o dólar em todo o mundo e, no Brasil, a moeda americana chegou a se aproximar, durante o dia, das cotações históricas do Plano Real. Após desacelerar um pouco na reta final, com investidores realizando parte dos lucros no intraday, o dólar à vista fechou em alta de 1,00%, aos R$ 4,0998, depois de bater R$ 4,13 na máxima do dia.

Pela manhã, os ganhos do dólar já eram firmes, em sintonia com o exterior. Os preços do petróleo voltaram a registrar fortes baixas, o que estressava os mercados ao redor do mundo. Internamente, operadores também citavam a guinada de ontem do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ao avaliar como “significativas” as revisões (para baixo) das projeções do FMI para o PIB brasileiro. A leitura é de que, na decisão de hoje do Copom, a Selic tende a ficar estável ou a subir apenas 0,25 ponto porcentual – e não 0,50 ponto, como vinha sendo sinalizado antes.

Esses fatores mantiveram o dólar em alta ante o real mesmo na mínima do dia, quando marcou R$ 4,0717 (+0,31%) às 12h33. Durante a tarde, quando o dólar para fevereiro superou R$ 4,110 e, depois, R$ 4,120, um movimento técnico no mercado futuro amplificou o avanço das cotações. Na máxima do segmento à vista, às 15h40, o dólar atingiu R$ 4,1300 (+1,75%), no maior valor intraday desde 29 de setembro do ano passado. Este valor também é bem próximo da maior cotação de fechamento já vista no Plano Real (R$ 4,1350), em 23 de setembro de 2015.

Na reta final dos negócios no segmento à vista, o dólar desacelerou um pouco os ganhos e se afastou da máxima do dia. De acordo com um profissional, isso ocorreu porque alguns players que compraram moeda mais cedo decidiram realizar lucros (vender divisas) ainda no intraday.

No mercado acionário, o Ibovespa também reduzia as perdas vistas mais cedo e operava em queda de 1,17%, a 37.613 pontos, depois de atingir 37.046 pontos na mínima do dia. As ações da Petrobrás acompanhavam o movimento e também reduziam a queda, com recuo de 3,09%, a R$ 5,96 a ação ordinária e de 5,15%, a R$ 4,42, a preferencial.