Inadimplência eleva número de cheques sem fundos no Amazonas

De cada mil cheques utilizados no Amazonas, 69,1 foram devolvidos por falta de fundos em maio. É o maior nível de inadimplência já alcançado para o mês no Estado desde 2001, segundo a Serasa Experian. A orientação é tentar negociar as dívidas para tentar limpar o nome e sair da condição de inadimplente.

Em maio, foram compensados 38 mil cheques e devolvidos 2,6 mil no Amazonas. No mesmo mês de 2015, a utilização de cheques foi bem maior, com 51,1 mil unidades compensadas. O número era devoluções era proporcionalmente maior. Naquele mês, foram devolvidas 3,1 mil unidades por falta de fundos.

A média de devoluções em maio do ano passado era de 60,1 cheques a cada mil compensados. Os números atuais, onde 69,1 cheques foram devolvidos a cada mil utilizados, mostram que a inadimplência está crescendo no Amazonas.

“Esse índice mostra o endividamento das famílias amazonenses e do consumidor em geral. A outra hipótese é o desemprego. A pessoa ficou desempregada e resolveu tentar não pagar. Ela pensou ‘melhor ficar com o nome sujo, mas com algum dinheiro no bolso’”, avaliou o conselheiro do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), Francisco Mourão Júnior.

A orientação para quem está empregado, mas tem dívidas é tentar se planejar, pensando no restante do ano. “Tem que tentar evitar contas de longo prazo, tentar quitar, se precaver para o futuro”, disse Mourão.

Para os desempregados que tem algum tipo de dinheiro ainda em mãos, a dica é negociar o débito. “De um lado, tem gente querendo pagar e, do outro, tem os que querem receber. Então é melhor tentar negociar a dívida pra valores que você possa realmente pagar. Não pode deixar a dívida parada lá, correndo juros”, orientou o conselheiro.

O Amazonas teve 191,1 mil cheques compensados entre janeiro e maio de 2016 e 13,9 mil devolvidos por falta de fundos. A taxa de devolução ficou em 7,33% no acumulado do ano, a quinta maior taxa do Brasil.