Duas de cada dez pessoas que procuram a Hemoam estão inaptas a doar sangue

A cada dez pessoas que procuram a Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), duas não conseguem efetivar a doação de sangue, segundo a coordenadora do Departamento do Ciclo do Sangue da fundação, a hematologista Socorro Viga. Segundo ela, a solidariedade dos doadores é que garante o suprimento de sangue da Hemoam, mas uma anemia, uma gripe e o uso de um medicamento podem impedir a doação. Nesta sexta-feira (25), no Dia Nacional do Doador de Sangue, a fundação homenageou os doadores de carteirinha da unidade.

Para doar os cerca 450 mililitros de sangue que são retirados a cada doação, os doadores precisam estar com a saúde em dia e passar por uma triagem clínica.
De acordo com a gerente de captação dos doadores, Zeila Frota, a avaliação clínica é uma etapa importante que complementa o exame físico e funciona como critério, tanto para a qualidade do sangue, quanto para preservar a saúde de quem realiza a doação.

A gerente explica que são dois tipos de inaptidão: a temporária e a definitiva. “Muitas são temporárias. Às vezes, a pessoa não dormiu bem, teve um resfriado, e, depois de uma semana, curada, a pessoa pode se candidatar novamente”, disse.

“A taxa de inaptidão varia do dia, da época, às vezes, se está tendo um surto de gripe de virose, aí aumenta, mas, em média é de 20%. Dependendo do local, também aumenta a inaptidão, como é o caso dos estudantes universitários, que, às vezes, se alimentam mal e apresentam muitos casos de anemia. A taxa entre eles chega a 30%”, disse.

Segundo ela, a janela é o período de tempo compreendido entre a exposição ao agente infeccioso e o aparecimento de positividade em exames laboratoriais específicos para detecção da doença. A janela imunológica varia conforme a doença pesquisada, o período do HIV, segundo ela, é de 11 dias.

Frota reforça que o doador não deve omitir nenhum fato questionado durante a entrevista. Segundo a coordenadora, o sangue doado é testado no laboratório para identificar possíveis portadores de sífilis, doença de Chagas, hepatites B e C, aids e HTLV I e II, além da classificação sanguínea e do fator Rh.

A maioria dos doadores são homens e, segundo Frota, poucos jovens são ‘doadores de carteirinha’, aqueles que mantêm frequência na doação de sangue.