
A 2ª edição do Festival de Teatro SESI Cultura Infância estreou ontem, 15, na Comunidade Terra Preta, em Iranduba, a duas horas de Manaus. Foi um dia em que a arte, cultura e o aprendizado se encontraram para transformar em encanto a rotina de crianças e famílias da região. A iniciativa é uma realização do Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas), em parceria com o SESI Nacional.
O ponto de encontro foi a Escola Indígena Municipal Arú Waimi. A abertura trouxe à cena o espetáculo “Cachorro Aberlado”, conduzido com leveza e humor pelo ator Mário de Ballentti, arrancando gargalhadas da plateia. Logo depois, a energia contagiante da Cia de Teatro Metamorfose, de Manaus, coloriu o palco com a peça “Brincadeiras”, despertando a imaginação dos pequenos.
Mas a magia não parou por aí: foguetes entraram em cena, a robótica mostrou o futuro em movimento, e a oficina de pintura corporal fez das crianças verdadeiras obras de arte lúdicas.
Alunos do ensino infantil ao fundamental II vieram não só da Terra Preta, mas também das comunidades vizinhas — Santa Maria, Pagodão, São Francisco e São Sebastião —, todos unidos em um mesmo espetáculo de encantamento e descoberta.
Para Kelly Martins, gestora da escola, receber o Festival, com a magia das artes e aprendizado, representa uma oportunidade única para a comunidade. “A parceria com o SESI por meio da Robótica (projeto de educação que desenvolve habilidades essenciais para o futuro dos estudantes, como pensamento computacional, criatividade e trabalho em equipe, com a construção e programação de robôs para resolver problemas) está nos proporcionando uma proximidade com as indústrias e ajudando ainda mais as crianças da comunidade. Receber o Festival SESI diminui a diferença por estar distante da cidade”, destacou.
Regiane Rocha, da Gerência de Tecnologia Educacional, ressaltou o papel do Festival em promover integração cultural: “a importância está justamente nessa interação, na valorização da cultura indígena em diálogo com a cultura urbana, resultando em uma educação mais inclusiva, rica e de qualidade”.
“Em todo o momento, vi a felicidade das crianças com o espetáculo, vendo e participando. Para mim é muito importante trazer esse tipo de programação para os nossos alunos não só da comunidade, mas também do entorno. A parceria com o SESI, por meio da Robótica, está contribuindo muito para o desenvolvimento das crianças e dos professores que estão se capacitando”, disse o cacique Clodoaldo Silva Aleixo, do povo Baré e líder da Comunidade Terra Preta. “Futuramente, quem sabe, veremos nossos alunos no mercado de trabalho como mecatrônicos. É a primeira vez que recebemos uma programação desse porte”, salientou.
Protagonismo infantil
Uma das mais animadas com o espetáculo foi a pequena Esmeralda Paulino, de apenas 2 anos. Ela participou ativamente da apresentação da Cia de Teatro Metamorfose, ao lado da mãe Maria Francisca, e do irmão Renan, de 10 anos. E aproveitou a oficina de pintura facial para transformar-se em uma gatinha.
A estudante Gleine Yarumare Caldas, 13 anos, aluna do 8º ano da Escola Indígena, apreciou a representação. “Temos programações específicas, mas não da forma que nos foi apresentada hoje. É bom para a nossa educação, para o desenvolvimento da comunidade e da escola”.
O pequeno Josias Pereira Ventura, cinco anos, também não escondeu o entusiasmo com todas as atividades. Sua mãe, Rosiane Pereira, ex-professora de Educação Infantil, expressou sua alegria. “Meu filho gosta muito dessas aventuras. Quando descobriu que o festival viria, ficou ansioso e não via a hora de participar. É muito bom ver as crianças motivadas, se sentindo acolhidas e felizes. Acredito que experiências como essa fortalecem o futuro dos nossos filhos”.
Expansão da programação
Segundo a superintendente do SESI Amazonas, Rosana Vasconcelos, a segunda edição do Festival ampliou a programação para alcançar mais comunidades. Além da atividade realizada em Terra Preta, o espetáculo passará por Coari, com o Barco-Escola SENAI Samaúma II, que está ancorado no porto do município; na Escola SESI David Nóvoa Alvarez, em Cacau Pirêra (Iranduba); na Carreta SESI, que visitará Novo Remanso, Itapiranga e Itacoatiara, além das apresentações previstas em Manaus.









