
Sintomas como exaustão constante, falta de motivação e alterações no humor são comumente associados a transtornos mentais, mas podem ter outra causa: a deficiência de vitaminas essenciais, como a B12 e a D. Estudos indicam que a carência desses nutrientes compromete a produção de neurotransmissores e afeta a saúde neurológica, gerando sinais semelhantes aos da depressão.
O alerta ganha força com a proximidade do Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro. Segundo o estudo “Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 99,9% dos adultos apresentam deficiência de vitamina D. Já entre os adolescentes, mais de 85% consomem quantidades insuficientes de cálcio e vitaminas D e E. Os dados mais recentes são de 2020.
Nutrientes e cérebro
A vitamina D, além de atuar no sistema imunológico, influencia receptores cerebrais e tem sido associada a maior risco de depressão quando seus níveis estão baixos. Outros nutrientes também são fundamentais para a saúde cerebral e o bom funcionamento do sistema nervoso, como magnésio, zinco, selênio, ferro, cálcio e os ácidos graxos ômega-3.
A vitamina B12, por sua vez, está diretamente relacionada ao metabolismo cerebral e à produção de serotonina e dopamina. Sua deficiência pode provocar fadiga, lapsos de memória, formigamento e dificuldade de concentração.
“É importante que a pessoa entenda os sintomas e procure um profissional que possa orientar sobre as possíveis causas e indicar os exames adequados. Só assim ela evita tomar medicamentos de forma equivocada, o que pode atrapalhar ainda mais a recuperação do quadro”, orienta o supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio, Jhonata Vasconcelos.
Um estudo publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos reforça essa relação entre a deficiência de vitaminas e o risco de sintomas depressivos. A pesquisa destaca ainda que o bem-estar não depende apenas da alimentação, mas também de sono adequado, prática regular de atividade física, gerenciamento do estresse e apoio social.
Acompanhamento essencial
Quando os sintomas estão ligados à falta de vitaminas, o tratamento pode incluir a suplementação em cápsulas, comprimidos, gotas ou até mesmo injeções — sempre de acordo com a gravidade da deficiência e com orientação médica.
“O farmacêutico acompanha de perto o uso do suplemento, orienta sobre o horário mais adequado para tomar, sobre a melhor forma de absorção e sobre possíveis interações com outros medicamentos. Esse acompanhamento faz diferença na eficácia do tratamento”, afirma Vasconcelos.
A grande variedade de opções disponíveis no mercado, incluindo os polivitamínicos, reforça a importância do acompanhamento especializado. Existem produtos específicos para mulheres, que contribuem para a imunidade, disposição, e também para o fortalecimento de unhas e cabelos. Entre os homens, há suplementos voltados para o ganho de energia e desempenho em atividades físicas, como a musculação.
Vasconcelos alerta, ainda, para os riscos da automedicação, mesmo no caso das vitaminas, que não exigem receita médica. “Muita gente acredita que tomar doses maiores vai trazer benefícios extras, mas nem sempre ‘mais’ significa melhor”, reforça o farmacêutico. Isso porque as fórmulas variam na forma de absorção e na concentração dos nutrientes, e o uso incorreto pode provocar efeitos indesejados e comprometer a saúde.









