A instabilidade vivida pela economia mundial, principalmente pelos países emergentes, foi o foco de boa parte das discussões do encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial que, pela primeira vez em quase 50 anos voltou a ser realizado na América Latina.
Durante o encontro, também ficou clara a preocupação tanto do FMI quanto dos ministros de finanças que participaram de debates em relação à indefinição da alta dos juros dos Estados Unidos. Se as taxas subirem de fato, como é esperado pelo mercado, emergentes como o Brasil possivelmente teriam uma fuga de capital, ou seja, os investidores tirariam o dinheiro que aplicam no Brasil e levariam para os Estados Unidos, onde é mais seguro investir.
A diretora-gerente do FMI, Cristine Lagarde, defendeu inclusive que os bancos centrais das economias avançadas deveriam considerar as consequências que suas decisões poderiam trazer para os países emergentes. As perspectivas do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o desempenho da economia brasileira neste ano pioraram e os técnicos já veem uma retração de 3%, o dobro da estimativa anterior. A queda prevista é até mais intensa que a dos economistas do mercado financeiro brasileiro, que acreditam em um recuo de 2,85%.
“No Brasil, a confiança dos empresários e dos consumidores continua a recuar, em grande parte por causa da deterioração das condições políticas, e os investimentos estão caindo rapidamente. A necessidade de “apertar” as políticas macroeconômicas também está colocando para baixo a demanda doméstica”, disse o FMI, acrescentando que a crise no Brasil foi mais profunda do que o esperado.
As perspectivas também são desfavoráveis para a América Latina como um todo. Neste ano, a economia do bloco deverá recuar 0,3% e no próximo, deverá crescer 0,8%.









