Taxa de desemprego deve chegar a 10% em 2016

O efeito mais perverso da crise econômica deve rondar o Brasil pelos próximos anos. A piora do mercado de trabalho vai se acentuar e empurrar a taxa de desemprego para mais de 10% no ano que vem.

Diferentes indicadores já apontam uma forte deterioração do mercado de trabalho. De abrangência nacional, o desemprego medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua caminha para superar os 10% no primeiro trimestre do ano que vem.

“Na nossa avaliação, a Pnad Contínua fecha este ano próximo de 9% e chega aos dois dígitos no primeiro trimestre de 2016, quando haverá o fim das contratações de trabalhadores temporários e uma continuidade das demissões”, afirma Tiago Cabral Barreira, pesquisador em economia do trabalho do Ibre/FGV.

Pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), cujo levantamento engloba as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife, a piora no mercado de trabalho também fica evidente. Em setembro, a desocupação chegou a 7,6%, o pior resultado para o mês desde 2009. Eram 1,9 milhão de desempregados, 670 mil pessoas a mais do que no mesmo mês de 2014.

“Na nossa avaliação, o desemprego medido pela PME deverá chegar a 10% no fim do ano que vem”, diz Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências Consultoria. A última vez que a desocupação superou os dois dígitos na pesquisa foi em maio de 2007.