Amazonense Carlos Frederico Santos não consegue entrar na lista tríplice e perde a chance de ser Procurador Geral da República

A lista tríplice para o cargo de Procurador Geral da República será encabeçada pelo atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que foi o mais votado na eleição interna de procuradores. Os outros dois nomes que comporão a lista, em ordem de votação, são de Mario Bonsaglia e Raquel Dodge. O subprocurador Carlos Frederico, o mais crítico da gestão atual e que defendeu boas relações com o Congresso, ficou de fora da lista que será encaminhada à presidente Dilma Rousseff.

 

O resultado da eleição, promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República, reforça a tendência de a presidente Dilma Rousseff indicar ao Senado a recondução de Janot. O atual procurador recebeu 799 votos dos 983 eleitores. Mario Bonsaglia, o segundo colocado, teve 462 votos. E Raquel Dodge teve 402 votos. Cada um dos procuradores que definiriam a lista poderiam votar em três nomes.

As investigações da Operação Lava Jato devem complicar o processo político de recondução, especialmente por constarem da lista de investigados os nomes dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e em razão das operações recentes de busca e apreensão na casa de três senadores. Janot deve começar a oferecer denúncias ao STF contra os parlamentares investigados, nos próximos dias. Denúncias que podem agravar as resistências de senadores ao nome de Janot.

Indicado pela presidente, Janot será sabatinado novamente pelos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Aprovado na comissão, o nome seguirá para votação no plenário do Senado. Janot precisará da maioria absoluta dos votos. Se confirmada a indicação, Janot permanecerá à frente da Procuradoria Geral da República por mais dois anos. E seguirá no comando das investigações da Operação Lava Jato que envolvem parlamentares e outras autoridades detentoras de foro por prerrogativa de função.