Boi Caprichoso faz o hasteamento do pavilhão azul e branco ao lado da bandeira LGBTQIAPN+

 

“Todas as formas de amor são bem vindas” no boi Caprichoso. Essa afirmação cresce cada vez mais em Parintins devido às inúmeras ações que o Caprichoso realiza.

Na tarde desta terça-feira (27), mais uma inciativa simboliza, representa e solidifica esse posicionamento com o hasteamento da bandeira LGBTQIPNA+ no curral Zeca Xibelão.

O momento contou com o presidente do Caprichoso, Jender Lobato, diretoria azul, artistas e diversas entidades e comunidades gays.

O pavilhão azul foi hasteado junto com a colorida e simbólica bandeira LGBTQIPNA+, um momento criado pela diretoria azul para mostrar a importância e a valorização de todos os torcedores, independente de gênero, cor ou orientação sexual. “Caprichoso sempre foi o boi que tratou das minorias, sempre cuidou das minorias. Caprichoso sempre foi o boi das lutas sobre todas as causas sociais e o Caprichoso sempre foi boi da diversidade. Aqui você é livre pra sonhar e sorrir, conforme fala a toada, porque todas as formas de amor são bem-vindas aqui. Esse é o Caprichoso, o boi do povo”, destaca o presidente Jender Lobato.

O hasteamento ocorre também em referência ao dia 28 de junho ser o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+. “Nós temos que defender e assegurar os direitos da população LGBTQIAPN+. Então, hoje nós apoiamos o hasteamento das bandeiras nos currais. Espero que seja a primeira parceria de muitas, principalmente porque o festival de Parintins ocorre na última semana de junho e justamente na última semana de junho, no dia 28 é o dia do Orgulho LGBTQIAPN+”, declara a secretária de estado da justiça, direitos humanos e cidadania, Jussara Pedrosa.

Fotos: Pedro Coellho e Michel Amazonas

Este ano, o bumbá incluiu em seu repetitório musical a Toada “Todas as formas de amor”, dos compositores Erick Nakanome e Igor Medeiros. “É um momento de muita alegria pra gente, um reconhecimento a uma comunidade que construiu parte da história desse boi. Se nós formos em todos os setores, principalmente, quem constrói diretamente, nos ateliês, nos galpões, nós vamos saber que essa comunidade que é quem construiu essa força popular que é a força do povo LGBTQIAPN+. Então, a gente dá importância à essas pessoas que fizeram a história de boi.

A toada é interpretada pela cantora Paula Gomes. Mulher, negra, artista, gay, Paula representa bem a força da diversidade. “Isso é mais um passo que a gente dá. Não só no mundo artístico cantando, não só a presença, a aparência, não só isso, mas também quebra muitas cadeias em relação ao preconceito, a violência contra a gente, contra as pessoas que se identificam com a questão LGBT. O Caprichoso não é somente fala, ele não é somente texto. Ele é verdade, a gente tá aqui, a gente vive isso, a gente de fato é real”, revela Paula Gomes.

“É o canto da diversidade, que rasga um pacto de silêncio, opressão, dor e repressão para desatar em arte e poesia o brado de libertação, emancipação, luta e revolução. Viva a diversidade dos povos da floresta!”, canta o Boi Caprichoso.