Cesta básica ficou quase R$ 30 mais cara em 2016, aponta Dieese

O custo da cesta básica em Manaus aumentou quase R$ 30 em 2016. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor dos doze itens básicos custava R$ 367,79, em dezembro de 2015, e passou a ser R$ 395,08, em dezembro de 2016, uma alta de 7,42%, acima da inflação do período que, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), deve fechar o ano em 7,36%, segundo a previsão.

O feijão foi o vilão em 2016 ao dobrar de preço em relação a 2015, com aumento de 100,37%, seguido da farinha, com alta de 55,03% no ano, e da manteiga, com 51,69% de reajuste. Dos doze produtos que compõem a cesta básica de Manaus, nove registraram alta e apenas três, queda nos preços: tomate (-28,59%), óleo de soja (-3,69%) e a carne (-2,16%).

Com relação a novembro, o valor da cesta básica teve o segundo maior aumento entre as capitais com alta de 0,22% em dezembro, puxado, principalmente, pela farinha, com aumento de 9,53% no mês, banana (4,17%), café (2,63%), manteiga (1,68%), óleo (1,11%) e carne (1,07%). Entre novembro e dezembro de 2016, seis produtos apresentaram alta e quatro tiveram queda.

O feijão teve a área plantada reduzida em 2016, pois perdeu espaço para culturas como a soja e o milho, segundo o Dieese. O clima instável ao longo do ano, devido as chuvas intensas ou calor excessivo, fez com que houvesse redução da produtividade do grão. Além disso, a importação do grão carioca não foi suficiente para abastecer a demanda. Com isso, os preços dos dois grãos, preto e carioca, se elevaram em todas as capitais.

O preço do leite integral e da manteiga também aumentou em todas as capitais em 2016. “A entressafra do leite acontece no segundo trimestre, porém, em 2016, o preço permaneceu em alta na maior parte dos meses, devido aos aumentos nos custos de produção e à oferta reduzida do leite. Além disso, as indústrias de laticínios disputaram o pouco leite disponível e, como consequência, houve elevação do preço do produto e derivados”, destaca a pesquisa.

A farinha e a banana foram os produtos que mais aumentaram de preço em relação ao mês anterior. Segundo o Dieese, estes dois produtos sofrem a influência sazonal da época de inverno na região Norte. Por outro lado, o feijão pelo segundo mês consecutivo apresentou queda no valor, depois de ter apresentado alta durante os dez meses anteriores. Este produto, teve a oferta regularizada pela terceira safra que entrou no mercado a meados do ano e com isto começou um processo lento de redução nos preços. Entretanto, devido a menor área cultivada, pode, nos primeiros meses do ano, voltar a sofrer pressões nos seus custos.