O grande número de desempregados da capital, que afetou 35,2 mil pessoas em 2016, está fazendo com que as empresas exijam mais experiência e qualificação durante as seleções de emprego. Em um dos mais populares locais para se buscar emprego em Manaus, no Sistema Nacional de Emprego (Sine), as exigências não são somente de seis meses de experiência, mas de dois até cinco anos. Vagas para quem busca o primeiro emprego são ainda mais raras.
O motivo para a maior seletividade dos recrutadores é a grande quantidade de profissionais qualificados e com experiência. Entre janeiro e abril deste ano, 35,2 mil trabalhadores foram demitidos sem justa causa no Estado, afetando todos os setores, segundo o Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS).
Quando considerados os postos de trabalho que deixaram de existe em 2016, a realidade é ainda pior. “Só agora no ano de 2016, até abril, foram 12 mil postos de trabalho perdidos. Isso afeta todas as ocupações, desde o cargo de chefia, ao cargo de menor reconhecimento”, afirmou o coordenador do Sine/AM, Arilson Vieira.
O mercado, por conta das demissões que ocorreram e ainda estão ocorrendo, está com vários profissionais qualificados disponíveis. “A empresa vai fazer um processo seletivo para uma ocupação e existem muitas pessoas com experiência. Quem tiver mais qualificação é escolhido”, disse Vieira.
A contratação da parte operacional, como vendedores e montador de linha de produção, está completamente parada em Manaus, segundo a gerente de filial da Megatemp, Rosana Paula. As poucas vagas que o mercado local tem aberto são para assistentes e coordenadores, que exigem um nível maior de formação acadêmica, como pós-graduação e idiomas.
“Hoje, se abrimos uma vaga para comprador, vou receber 50, 60 pessoas com formação e que estão fora do mercado, diferentemente de quando o mercado está aquecido”, afirmou a gerente, destacando que as empresas estão recrutando os com mais experiência e melhor currículo.









