Coronavírus: SP, Rio, DF, Ceará e AM podem entrar em fase de aceleração descontrolada

Documento aponta que o Brasil ainda não tem testes e leitos suficientes para fase aguda da epidemia

A falta de estrutura da rede de saúde é o que mais preocupa as autoridades (foto: reprodução/internet)

Passados 37 dias desde a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, a transmissão no país está em fase inicial, mas a alta incidência de casos em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas) e no Distrito Federal já indica uma transição para fase de aceleração descontrolada nesses locais.

A avaliação consta de novo boletim epidemiológico sobre a doença, elaborado pelo Ministério da Saúde e divulgação neste sábado (4). No documento, a pasta faz uma revisão da trajetória do vírus e reconhece gargalos diante de uma possível fase aguda da epidemia, como a falta de testes e leitos suficientes.

Em pouco mais de um mês, o Brasil já soma 9.056 casos do novo coronavírus, com 359 mortes. A avaliação da pasta é que, em SP, RJ, Ceará e Amazonas e no DF, a taxa de incidência já fica acima da nacional, de 4,3 casos por 100 mil habitantes.

No DF, já é quase o triplo: 13,2 casos a cada 100 mil habitantes. Para o ministério, a alta incidência da doença mostra que “nestes locais, a fase da epidemia pode estar na transição para a fase de aceleração descontrolada”, situação apontada como preocupante.

Por isso, a pasta reforça a recomendação para que os estados mantenham medidas de distanciamento social.

“Este evento representa um risco significativo para a saúde pública, ainda que a magnitude não seja elevada do mesmo modo em todos os municípios”, aponta o ministério, que avalia o risco nacional como muito alto.

Um dos principais motivos é a falta de estrutura da rede de saúde. Segundo o documento, a rede atual de laboratórios é capaz de processar 6.700 testes por dia. No momento mais crítico da emergência, porém, serão necessários 30 mil a 50 mil testes por dia.