Criminalista vê irresponsabilidade nas acusações conta carne brasileira

Fazendo questão de frisar que é não é advogado da JBS nem de qualquer empresa eventualmente investigada na Operação Carne Fraca, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o “Kakay”, manifestou-se indignado com a conduta irresponsável que atribui aos produtores brasileiros de carne a estartégia ou a filosofia de comercializar produtos adulterados. “A quem interessava erros tão grosseiros? Vejam as redes sociais, e o destaque na grande mídia mundial… triste país!”, desabafou.

Somente na Austrália, a subsidiária do grupo JBS abate cerca de 25.000 cordeiros por dia, lembra o advogado. Ele se confessou “absolutamente estarrecido” com essa história do papel ou papelão misturado à carne moída: “Imaginar que uma empresa com esse tamanho, esse porte, com o certificados internacionais que dispõe, usar papel para aumentar o peso de carne moída é completamente fora de qualquer lógica”, afirmou.

Ele destacou o peso das empresas brasileiras no mercado internacional, abastecendo 15% de toda a carne consumida no mundo, posição que é invejada por grandes corporações. Não por acaso, lembra ele, países como França, Inglaterra e Estados Unidos já pediram explicações ao Brasil sobre o escândalo. “Os concorrentes vao fazer barulho”, prevê.

Tira hermeneuta – O experiente criminalista, um dos mais admirados nos meios jurídicos, considera que a história do papel ou papelão na carne moída, foi um erro grosseiro de interpretação do policial a quem coube interpretar os grampos telefônicos.

“Não resta dúvida, nem para os mais incautos, que foi uma subleitura das interceptações telefônicas. Maldosa. Criminosa. Dirigida. É evidente que falavam da embalagem da carne, e criminosamente exploraram como sendo colocar papel na carne moída. Ridículo. A força da imprensa irresponsável fez prevalecer esta hipótese para milhões de incautos. Desinformados. Que querem ser desinformados, massa de manobra.

Kakay lembrou que há anos critica o que chama de “a força do tira hermeneuta”, ou seja, “o policial que faz a interpretação, mal e porcamente, às vezes por interesse, do teor das gravações telefônicas.

“No caso concreto”, diz Almeida Castro, “não sei quem errou, mas penso que a PF, o MP, o Juiz, o Bispo, deveriam vir a público esclarecer o ‘erro’. O prejuízo moral, financeiro, econômico, e outros, não tem reparação. Não é só prejuízo as empresas, mas ao Brasil.