Crise faz pais “migrarem” para escolas públicas

Com a inflação em alta, as escolas já estudam reajustes de 9% a 15% nas mensalidades para 2016, de acordo com as previsões de três colégios do Rio: Mopi, Pentágono e PH. A maioria das 18 escolas particulares consultadas pelo GLOBO evita comentar o assunto antes de definir um percentual. Ao menos duas instituições, a creche bilíngue Be Happy e a Escola Oga Mitá, optaram por manter os mesmos valores cobrados neste ano para não perder clientela. Mesmo antes desta nova rodada de aumentos, o mercado de escolas particulares já sente os efeitos do aperto no orçamento familiar da classe média, com a migração de estudantes para a rede pública de ensino.

O número de transferências até setembro de colégios particulares para a rede municipal (19.839 alunos) já é 14% maior do que o registrado em todo o ano de 2014, quando 17.420 estudantes trocaram de escola. O mesmo movimento ocorreu na rede estadual, na qual o total de transferências passou de 18.349 em 2014 para 21.334 este ano, uma alta de 16,3%. Os dados reforçam um dos comportamentos identificados por pesquisa feita pelo Ibope para a Confederação Nacional da Indústria, na qual 13% dos entrevistados informaram ter transferido o filho de escola privada para pública, entre junho de 2014 e junho de 2015, em razão de problemas financeiros. Há dois anos, este percentual era de apenas 4%.