Cruzeiros são prejudicados com a crise de refugiados na Europa

A crise dos refugiados na Europa está impactando as viagens em cruzeiros na região, segundo Arnold Donald, CEO da Carnival, a maior operadora de cruzeiros do mundo. As imagens de cadáveres levados pelo mar à terra firme e de refugiados em botes lotados estão tendo um impacto psicológico no comportamento dos clientes, disse Donald em uma entrevista na última terça-feira (22). Possíveis hóspedes estão compartilhando suas preocupações nas pesquisas com clientes da Carnival e em perguntas feitas aos operadores de seus call centers.

“Eles estão perguntando: ‘será que eu quero ir para o mar e que minhas férias sejam interrompidas?'”, disse Donald. “‘E se o navio tiver que parar para pegar refugiados? Eu não sei quem eles são, a que estou me expondo?’ Há consternação.”

A Carnival obteve 36% de sua receita de US$ 15,8 bilhões da Europa no ano passado. Na terça-feira, as ações caíram depois que a empresa emitiu projeções para o quarto trimestre menores do que as feitas pelos analistas. A crise dos refugiados e o mal-estar econômico geral estão afetando todo o setor turístico na Europa, mas o setor de cruzeiros se prejudicou de forma desproporcionada porque envolve viagens marítimas, disse Donald. A Carnival teve que parar seus navios duas vezes neste ano para pegar refugiados no Mar Mediterrâneo. É uma fração das viagens que os navios da empresa realizam, disse Donald.

Em julho, o Island Princess, um navio da Carnival, resgatou 117 refugiados no litoral da Grécia, segundo a Migrant Report.