Que existe um grande despreparo no que diz respeito ao atendimento com o público no Amazonas, isso ninguém pode negar, no entanto, algumas vezes, essa deficiência de serviço evidenciada na rede pública, chega a beirar o desrespeito total. Em algumas vertentes o péssimo atendimento oferecido inibe que o cidadão procure seus direitos. Já não bastasse a segurança, ou melhor, a falta dela, que tanto assombra a população, o atendimento dentro dos Distritos Integrados de Policia (DIP) tem deixado muito a desejar, o que tem levado algumas pessoas a deixar de registrar pequenas ocorrências, e com isso, mascarando a real situação da segurança no Estado do Amazonas.
Esse é o caso da dona de casa Maria do Socorro Carvalho, 32, moradora do bairro Petrópolis, Zona Sul. Dona Maria do Socorro relata que já foi assaltada mais de dez vezes, porém, só efetuou o boletim de ocorrência (BO) quando sua bolsa foi levada e com ela seus documentos.
“Só registrei o BO uma única vez, e tive que esperar mais de uma hora. É torturante porque o sistema nunca funciona, só registrei porque ia precisar para dar entrada nas segundas vias dos meus documentos”, explicou.
E mesmo aqueles que decidem encarar a ‘maratona de descasos’ chegam a pensar em desistir. Foi o que quase aconteceu com a advogada de 28 anos que preferiu não ter a identidade revelada. De acordo com a bacharela em direito, o seu carro foi arrombado e sua bolsa com alguns documentos e roupas foram levados.
“Mesmo não tendo nada de valor, eu preferi realizar o registro, uma vez que é importante para constar na estatística de violência da capital, quem sabe assim os governantes parem de olhar para os próprios umbigos e comecem a realmente cuidar não só da nossa segurança, mas cuidar do estado em todos os aspectos” completou.
A equipe de reportagem do Portal do Jander Vieira, procurou a Polícia Civil do Estado para questionar o despreparo dos servidores e conforme o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM) da instituição, delegado Rozenildo Benedetto, as reclamações devem ser levadas ao conhecimento da Ouvidoria do Sistema de Segurança Pública ou à Corregedoria da SSP/AM. O delegado informou ainda que o procedimento adotado pela Corregedoria diante dessas situações é instaurar sindicância para apurar as denúncias. Caso fiquem comprovadas as condutas apontadas, o servidor pode sofrer punições administrativas de advertência, suspensão e até exclusão do serviço público.