Indígenas de mais de 35 etnias do Amazonas comemoraram o Dia do Índio, nesta quarta-feira (19), com uma passeata até a sede da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE). As lideranças que participaram da ‘Marcha da Resistência Indígena no Amazonas’, organizada pela Fundação Estadual do Índio (FEI), denunciaram a extração irregular de madeira e minério em terras do Estado e a falta de estrutura para atendimento médico nas aldeias.
A invasão de garimpeiros e madeireiras em terras dos povos indígenas tem ameaçado a população da etnia Sateré-Mawé, segundo o presidente da FEI, Raimundo Atroari. Conforme o presidente, a segurança dos povos indígenas está em risco nas áreas ocupadas pela exploração.
“São muitas as reivindicações a respeito da demarcação de terras, da invasão de madeireiras. Na área da saúde, falta estrutura, transporte para trazer as equipes de saúde indígena até as aldeias mais distantes”, afirmou Atroari.
Para o presidente da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e do Entorno (Comipe), Turi Sateré, o dia é de comemoração, mas também é uma data para expor reivindicações dos povos. Uma delas, segundo ele, é a não aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de número 215, que passa a competência para demarcação indígena para o Congresso Nacional.
“É um dia de comemoração, mas também de muita resistência. Estamos resistindo à PEC 215, que ameaça o nosso povo, resistindo as invasões dos garimpeiros, a nossa falta de segurança e a discriminação cultural e material”, disse.
De acordo com a FEI, cerca de 20 áreas indígenas demarcadas no Estado aguardam homologação. Depois de percorrer as ruas do bairro da União, os indígenas ocuparam a entrada da ALE com faixas que pediam a garantia de direitos como saúde e educação.
Fonte: D24 AM