Dia do Papa: um convite a conhecer para amar!

Foto: Wilker Henrique/arquivo pessoal

* Wilker Henrique 

No dia 29 de junho a Igreja celebra liturgicamente o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo. Tal dia é conhecido também como o dia do papa e, por isso, os cristãos católicos são chamados a expressar e renovar seu amor ao Papa Francisco, atual sucessor de Pedro, o primeiro Papa.

Em tempos atuais, essa estima pelo sumo pontífice pode ser questionada por tratar-se de uma figura que evoca a ideia de hierarquia e autoridade, por vezes, vista como obsoleta. No entanto, vale lembrar a máxima de que só se ama o que se conhece. É oportuno entendermos melhor o significado do Papa na tradição milenar da Igreja para, assim, compreender melhor a estima a ele prestada ao ponto deste ser chamado por Santa Catarina de Sena de “o doce Cristo na terra” (Cartas, III).

Dentre os significados, vale mencionar primeiro o valor da unidade e da autoridade que a pessoa do Papa evoca sobre si conforme expressa o Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 882: “O Papa, bispo de Roma e sucessor de S. Pedro, é princípio perpétuo e visível, e fundamento da unidade que liga, entre si, tanto os bispos como a multidão dos fiéis”. Com efeito, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, o pontífice romano tem sobre a mesma Igreja um poder pleno, supremo e universal, que pode sempre livremente exercer.”

Nada melhor que olhar para as origens e compreender o lugar do papa na fé católica, a partir do que o novo testamento relata sobre Simão Pedro, o primeiro Papa que, depois de Jesus, é o personagem mais citado nos escritos neotestamentários (154 vezes). Pedro era pescador e trabalhava junto com seu irmão André e seu Pai Jonas, até que um dia o mestre Jesus, vendo suas barcas, pede para entrar na de Simão e, fazendo dela uma cátedra improvisada, ensina às multidões (cf. Lc 5,1-3). Deste episódio, resulta o chamado de Pedro para seguir o mestre e assim tornar-se “pescador de homens” (cf. Lc 5, 10).

Do caminho de Pedro destaca-se ainda o episódio de Cesareia de Filipe, quando ao ser questionado acerca da identidade de Jesus, foi o primeiro a pronunciar a confissão de Jesus como Messias (cf. Mt 16, 13-19). Dessa profissão de fé é que vem as palavras que expressam sua particular missão: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16, 18). Desta forma, fica claro que a Igreja é edificada e fundada pelo próprio Cristo mas, este por sua vez, escolheu a Pedro para ser a primeira pedra do edifício. Isso implica que não será possível estar verdadeiramente na Igreja aquele que não busca comunhão com a fé de Pedro. Por isso, Santo Ambrósio fala Ubi Petrus, ibi Ecclesia: “Onde está Pedro, ali está a Igreja”.

Por fim, o Novo Testamento mostra ainda o fundamental lugar de Pedro quando o aponta como testemunho original da ressurreição de Jesus (cf. Lc 24, 12.34). Pedro ainda é aquele que exerceu particular liderança na comunidade primitiva (cf. At 1-12), sendo o primeiro a ousar uma abertura do cristianismo Judaico aos pagãos (At 9; 15).

Depois de entender a importância do papa, a partir daquele que foi o primeiro da história, é bom recordarmos que o atual sucessor de Pedro, neste ano, celebra 10 anos de pontificado. Que Deus continue concedendo a Francisco saúde e sabedoria para conduzir o rebanho de Deus!

* Wilker Henrique Costa Fiuza é membro da Comunidade Canção Nova desde 2008, graduado em filosofia e teologia e mestrando em teologia.