Dólar fecha em R$ 3,76 e Bolsa tem melhor semana desde 2008

Após a Polícia Federal lançar nova fase da operação Lava Jato que tem como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o dólar comercial despencou e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disparou nesta sexta-feira. O índice Ibovespa, referência da Bolsa, saltou 4,01%, aos 49.084. Na máxima, a Bolsa chegou a subir 6%, atingindo 50.023 pontos — maior patamar desde agosto. O volume negociado foi de R$ 15,7 bilhões, equivalente a mais de duas vezes e meia a média de fevereiro.

A moeda americana recuou 1,10%, cotada a R$ 3,759 para compra e a R$ 3,761 para venda. Na mínima, porém, a divisa chegou a cair a R$ 3,656. Agindo para evitar uma valorização excessiva do real em tão curto espaço de tempo, o Banco Central reduziu o tamanho da rolagem dos contratos de “swap cambial”, que representam a venda de dólares no mercado futuro. Em vez de 9,6 mil contratos, o BC rolou 8 mil.

O mercado financeiro, em sua grande parte, é crítico à política econômica da presidente Dilma Rousseff e costuma reagir de forma positiva a notícias desfavoráveis ao seu governo.

O ânimo dos investidores com as notícias sobre Lula encerrou uma semana como há muito tempo não se via no mercado. No início da semana, o corte dos compulsórios bancários na China foi o estopim de várias altas seguidas do minério de ferro, impulsionando mercados emergentes. Na quinta-feira, o vazamento de parte do teor da delação premiada do senador Delcídio Amaral (MS-PT) já havia proporcionado um salto nas ações.

Assim, a Bovespa registrou alta em todos os pregões, acumulando valorização semanal de 18%, a maior desde outubro de 2008. Já o dólar comercial despencou 6% na semana, recuando 24 centavos, de R$ 4 para R$ 3,76.