Elenco intensifica preparação para a ‘Ópera do Malandro’, que chega ao Teatro Amazonas em pleno carnaval

Foto: divulgação

O Teatro Amazonas está prestes a receber uma montagem única da “Ópera do Malandro”, promovida pela Casa de Artes Trilhares, nos dias 17 e 18 de fevereiro, em pleno carnaval. Com a proximidade do grande dia, o elenco intensifica os preparativos para trazer à vida personagens complexos. A comédia musical de Chico Buarque, escrita nos anos 70, se passa no Rio de Janeiro, e trata sobre condições políticas, sociais e econômicas do Brasil, temas que, mesmo após 50 anos, permanecem bem atuais.

O elenco e a equipe técnica do musical são formados por artistas locais. Os ensaios estão na reta final, e incluem elementos de técnica vocal, musicalidade, formação de repertório, expressão corporal e atuação. Os integrantes do elenco destacam a importância de criar conexões autênticas com os personagens e explorar a complexidade de cada papel. O compromisso em trazer autenticidade e emoção à apresentação promete um espetáculo único, conforme ressalta a diretora da Casa de Artes Trilhares, Rafaela Guimarães.

Na versão de Chico Buarque, a história se passa na Lapa, famoso bairro boêmio do Rio que, nos anos 40, entra em processo de decadência. Max é um jovem elegante, que explora uma cantora de cabaré e vive de pequenos trambiques. Até que surge Teresinha, a filha do dono do cabaré, e muda o rumo da história.

A ópera, frisa Rafaela Guimarães, pode até ser do malandro, mas as personagens femininas dão um toque dramático e cômico à trama. A atriz Karine Melo dá vida a Mimi Bibelô, uma das mulheres do cabaré Casa da Mãe Solteira, que se envolve com Max. “O processo de preparação para a minha personagem foi muito difícil. Ela traz pautas e assuntos importantes e muito doloridos pra gente que é mulher”, adianta.

Bruna Swann é a intérprete de Dorinha Tubão, e precisou fazer uma série de observações e pesquisas para trazer autenticidade ao papel de uma cafetina. “Eu tive que buscar vivências que eu não tinha. Além de assistir filmes, documentários, procurei também observar as pessoas aqui da nossa cidade”, relata.

Para a atriz Maria Antônia, intérprete de Fichinha, o grande desafio foi incorporar a realidade de uma retirante do Nordeste, envolvendo estudo sobre sotaque e cultura da região. “Eu tive que aprender mais sobre essas vivências, sobre o sotaque, sobre o Nordeste e trazer isso para o meu corpo”, explica.

A diretora do espetáculo, Dávilla Holanda, destaca que o musical segue o roteiro escrito por Chico Buarque, que traz a realidade dos malandros cariocas dos anos 40. “Em meio ao romance de Max, o grande contrabandista carioca, e Teresinha, filha do maior cafetão da Lapa, histórias se cruzam sob uma perspectiva atemporal, retratando prostituição, contrabando, agiotagem, roubo, interesses políticos, econômicos e sociais, questões que ainda vemos e vivemos”, afirma.

Apesar de ser uma crítica social em sua essência, a Ópera do Malandro é uma comédia musical que diverte, principalmente, através das músicas cativantes e traz um espetáculo que não deixa a desejar para os musicais americanos da Broadway.

A versão amazonense envolve mais de 40 pessoas no palco e fora dele, e tem gerado grande repercussão nas redes sociais. Os vídeos de divulgação da peça já somam quase 70 mil visualizações nas redes sociais em menos de duas semanas.

Espetáculo

Os ingressos para a “Ópera do Malandro” já estão disponíveis, e a expectativa é lotar o Teatro Amazonas nos dois dias de apresentações. Para mais informações é só seguir nas redes sociais os perfis @casatrilhares e @operadomalandroam.

A Casa de Artes Trilhares atua na cidade há quase 9 anos e tem como principal característica as atividades formativas e grandes espetáculos que propõem experiência entre elenco e plateia, como meio de fortalecer e incentivar a que cada vez mais pessoas frequentem o teatro.

Serviço