Dois ônibus foram incendiados na noite desta quinta-feira, 23, em Manaus, e o Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas) ameaça retirar a frota das ruas alegando falta de segurança. Na noite de quarta-feira, outro ônibus já havia sido incendiado na capital amazonense, depois de uma pane mecânica.
Uma dupla que viajava em uma motocicleta tentou atear fogo em um terceiro ônibus, na Vila Marinho, bairro Compensa, na zona oeste de Manaus, mas um deles foi preso e está detido no 10° Distrito Integrado de Polícia, na na zona centro-oeste.
De acordo com informações do Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) um dos ônibus da linha 500, da empresa Eucatur, foi incendiado no conjunto Galileia, bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus. Segundo populares dois homens assaltaram o veículo e atearam fogo.
Outra informação, segundo o Coordenador do Ciops no bairro Redenção, é de que um homem foi detido quando tentava atear fogo a outro ônibus, no bairro Compensa. Ele está detido e sendo ouvido pelo delegado plantonista do 10º DIP. A Polícia esta investigado o caso.
De acordo com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Manaus, os incêndios ocorrem sempre do mesmo jeito: uma dupla chega de moto e joga “coquetel Molotov” (uma bomba incendiária feita artesanalmente). Na Vila Marinho, onde tentaram incendiar e assaltar um ônibus, eles chegaram a atirar o “coquetel Molotov”, mas não conseguiram incendiar o veículo.
Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Comunicação, a SMTU (Superintendência Municipal de Transportes Urbanos) está dialogando com o Sinetram para evitar uma paralisação do sistema. O sindicato das empresas ameaça retirar os ônibus de circulação às 22h desta quinta-feira.
Rodoviários – O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Josildo Oliveira, afirmou que, embora a decisão de recolher os ônibus mais cedo nesta quinta-feira em função dos três veículos incendiados de ontem para hoje, a categoria aprova a medida. Ele afirmou que a mesma é necessária para garantir a segurança dos trabalhadores e dos usuários.
“Enquanto eles (empresários) estão preocupados com o patrimônio ônibus, porque um veículo desse deve custar de R$ 200 a R$300 mil, o sindicato está preocupado com o patrimônio trabalhadores e usuários. Se não há segurança melhor tirar de circulação”, disse.
Josildo afirmou que falou com funcionários que trabalhavam nos três veículos incendiados de ontem para hoje e que o relato é o mesmo que o divulgado oficialmente: o de ontem por pane e os dois de hoje após um assalto. O vice-presidente do sindicato disse que acha tudo muito estranho e para ele a possibilidade dos incêndios serem resultado do aumento da tarifa não pode ser descartada.
“É muito estranho. Não é comum registro de incêndios de ônibus assim de uma hora para a outra em Manaus (…) Temos um Governo e uma prefeitura que retiram todo subsídio e deixam o preço subir de uma vez com toda conta para o povo…”.
Fonte: AM Atual
