O Superior Tribunal de Justiça viu indícios de crimes nas atividades profissionais de dois magistrados estaduais, alguns servidores do Tribunal de Justiça e alguns Advogados. Por ter suspeitado deles, o Ministro expediu mandados de busca e apreensão em dois fóruns estaduais, em residências e em escritórios.
Quem determinou as medidas foi o Superior Tribunal; a Polícia Federal apenas cumpriu a ordem. O inquérito foi batizado de La Muralha 2 e investiga facilitações, solturas e benefícios concedidos indevidamente a presos por tráfico de drogas e outros delitos.
Nos corredores da Polícia Federal, os repórteres do Portal ouviam os Advogados conversando abertamente sobre os clientes, dizendo eles que ficaria difícil explicar uma gravação autorizada pelo STJ onde se negociam 50 mil reais por um alvará.
O assunto tomou conta do Amazonas inteiro nesta quinta-feira. Uns lamentavam, pela tristeza que significa para o Poder Judiciário e para o Estado serem expostos na mídia dessa forma. Outros comemoravam e diziam: antes tarde do que nunca, estava demais essa situação.
Em entrevista para a imprensa, o presidente do Tribunal de Justiça, Flávio Pascarelli, disse que o fato arranha a imagem de qualquer instituição.
Após a operação, uma onda de boatos começou a se espalhar na cidade sobre prisões de diversas autoridades . Cada vez que uma viatura da Polícia Federal passava, era uma piada que se contava nas esquinas.
Digerir o episódio é a tarefa mais difícil; a confiança no judiciário amazonense fica em parte prejudicada. Não há como negar. Os comentários nas redes sociais não merecem ser reproduzidos, mas refletem bem o que pensa a população sobre o dia de ontem. Revoltas e insultos não faltaram. Deixaremos de lado essa parte, em respeito a grande maioria de juízes e servidores do TJ-AM que nada tem a ver com as escutas telefônicas autorizadas, com diálogos comprometedores, com as buscas de ontem… e muito menos com as medidas que virão em seguida. Oremos!









