Mesmo enfermo, eu sou guerreiro!

Foto: Daniel Xavier/divulgação

Luzia Santiago

Vários cientistas, de todas as partes do mundo, pesquisam exaustivamente a relação entre a fé e a superação de doenças. Mas na prática médica já se chegou a esta conclusão: os que rezam encontram mais força para reagir e recuperar a saúde com mais rapidez e suportam o processo com mais facilidade.

Dia 11 de fevereiro, Dia Mundial do Enfermo, Festa de Nossa Senhora de Lourdes, é uma linda oportunidade de nos unirmos espiritualmente a todos os doentes em casas de saúde ou nas famílias, manifestando nosso carinho e presença, a exemplo de Jesus, que se inclinou e olhou com toda compaixão para a situação de cada pessoa, para conceder-lhe a cura física e espiritual.

Em minhas viagens de peregrinações, tive a oportunidade de ir ao Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França. Pude ver centenas de manifestações de fé dos peregrinos enfermos que vinham do mundo inteiro. Envolvidos pelo mistério do sofrimento, os doentes ali chegam com a certeza de que, na dor e na alegria, não estão sozinhos, porque Jesus caminha com eles, podendo curá-los ou torná-los capazes de alegrar-se até mesmo nos sofrimentos como que “completando em seu corpo o que faltou à paixão de Cristo” (Cf. Cl 1,24).

São João Paulo II em sua primeira mensagem para o Dia Mundial dos Doentes, em 1993, em Lourdes, exclamou: “Para vocês, queridos doentes em todo mundo, os atores principais deste dia mundial, este evento pode trazer o anúncio da presença viva e reconfortante do Senhor. Seus sofrimentos, aceitos e suportados com fé inabalável, quando se juntaram aos de Cristo, assumiram um valor extraordinário na vida da Igreja e para o bem da humanidade.”

Anos se passaram e todos somos testemunhas da fé e paciência que João Paulo II deu ao mundo, durante a sua longa enfermidade. Bento XVI, falando a esse respeito, disse que: “João Paulo II ofereceu-nos um exemplo luminoso da aceitação paciente do sofrimento, especialmente no final de sua vida.”

Papa Francisco, na Mensagem para o Dia Mundial do Doente, em 2015, destacou: “Mesmo as pessoas imersas no mistério do sofrimento e da dor, acolhido na fé, podem se tornar testemunhas viventes de uma fé que permite habitar o mesmo sofrimento, embora o homem, com a própria inteligência, não seja capaz de compreendê-la a fundo.”

Não há dúvida que a doença faz parte da vida humana, mas ela não tem e não pode ter a última palavra em nossa vida. A fé em Deus nos ensina a transformá-la em caminho de salvação e de união com Cristo que se fez por todos nós o homem das dores.

Jesus, em sua vida, tornou presente a misericórdia do Pai. Ele veio para perdoar e salvar, para dar esperança mesmo nas mais escuras profundezas do sofrimento e da fraqueza humana, para dar a vida eterna a quem nele crê. Por isso, a Igreja nos ensina que na doença também é necessário buscar o alívio do Sacramento da Penitência, pois, na “medicina da confissão”, a experiência do pecado e desespero conhecem o amor que perdoa e transforma, pois: “Que nos separará do amor de Cristo? Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada, ‘doença’? Mas, em tudo isso, somos mais que vencedores, graças Àquele que nos amou” (Rm 8, 35.37).

Mesmo enfermo, eu sou guerreiro! (Joel 4,10b)

* Luzia Santiago é cofundadora da Comunidade Canção Nova.