‘Não chamaria Dilma de corrupta’, diz Temer ao ‘Washington Post’

A disputa política em torno da imagem internacional do país em meio ao processo de impeachment continua ganhando espaço na imprensa estrangeira. O jornal norte-americano “The Washington Post” publicou a primeira entrevista do presidente interino, Michel Temer à imprensa internacional.

Na entrevista, Temer alegou ser incapaz de dizer se a presidente afastada, Dilma Rousseff, se envolveu em esquemas de corrupção.

“Ela pode ter cometido erros administrativos, mas não a chamaria de corrupta”, disse.

A entrevista envolveu vários assuntos relacionados às crises no país e à Olimpíada. Temer deu respostas curtas e pouco elaboradas, e defendeu a legalidade do governo interino.

“Fui eleito vice-presidente. Aqui no Brasil, o presidente e o vice são eleitos juntos. Mesmo assim, partidos da oposição estão alegando que houve um golpe e que deveria haver eleições presidenciais. Só existe golpe quando se viola a Constituição, e este não é o caso”, disse.

Tanto o governo interino quanto o afastado têm dado bastante atenção à narrativa internacional acerca do impeachment. Desde a abertura do processo, Dilma, Temer e até o ex-presidente Lula têm dado constantes entrevistas à imprensa internacional. Além disso, Temer instruiu diplomatas brasileiros a combaterem internacionalmente o discurso sobre a ideia de “golpe” no Brasil, o que tem rendido posicionamento frequente de embaixadores na mídia estrangeira.