Não engravidem até que o bode esteja na sala

Todo mundo conhece a história do bode na sala. Sua conclusão é que, às vezes, para resolver um problema, é preciso criar artificialmente outro maior. Como o da família que vivia apertada em uma casa minúscula e ao se aconselhar com um sábio ouviu a recomendação de colocar na sala um bode. A vida tornou-se insuportável e fedorenta. Voltaram ao ancião, que mandou tirá-lo de lá. Ficaram tão contentes livrando-se do problemão que o anterior virou um probleminha. Pararam de lamentar o desconforto da casa acanhada e fedorenta e festejaram a saída do bode.

O Ministério da Saúde age semelhante com o caso do Zika vírus. Se não tem como resolver o problema da transmissão da doença grave por mosquito, então não engravidem. É isso mesmo. O diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch aconselha mulheres de Pernambuco a adiarem os planos de gravidez (só não se sabe até quando).

“Não engravidem agora. Esse é o conselho mais sóbrio que pode ser dado”, disse ele.

Até o momento, foram identificados 141 casos da malformação no Estado, a maior parte dos casos concentrada a partir de agosto em 55 cidades. O indicador é 15 vezes superior à média registrada entre 2010 e 2014, de 9 casos por ano. Diante do problema, considerado grave, o Ministério da Saúde decretou “estado de emergência sanitária nacional”. O bode foi parar na sala. OREMOS!