A rebelião dos presos em Manaus é muito grave. Mas não somente pela chacina sem precedentes no Estado, ocorrida em um cenário dantesco e deplorável. Grave também é a revelação do Secretário de que escutas telefônicas autorizadas pela Justiça Federal já mostravam que as rebeliões poderiam acontecer a qualquer momento. E por que tudo isso é grave? Pela simples razão de que o sistema estatal sabia da potencialidade da tragédia e nada fez para evitá-la.
A tese de que facções criminosas se digladiaram pela disputa do tráfico no Estado é pura falácia e não prova, não explica e nem resolve o problema da insegurança generalizada que apavora a população amazonense da capital e do interior.
No meio do caos, o governo do estado afirma que usará 40 milhões de seu fundo de segurança para aplacar o caos… Ora, não serão 40 milhões e nem será a força nacional que irão reverter esse quadro assustador. O que precisamos neste momento é de uma equipe de gestão competente para administrar a crise. Quem se mostrou ineficiente, incapaz de conter tamanha chacina e incompetente para administrar o caos que se seguiu, deveria pedir para sair e dar tranquilidade à população.
O povo amazonense necessita de esperança e segurança para trabalhar, respirar, sobreviver. Não é justo ficarmos reféns da incompetência e ineficiência alheia. Pagamos altos impostos e exigimos uma resposta seria para essa barbárie. Ninguém que tenha o mínimo de bom senso pode comemorar a morte trágica dessas pessoas. Quando o crime descobre que tem mais poder que o Estado, a próxima vítima pode ser você!
E por que os criminosos adquiriram tamanho poder? Quem lhes deu tanta segurança ? Ironicamente foi o próprio Estado, aquele que permitiu a entrada das armas, das facas, do combustível e o palito de fósforo. O Estado forneceu os meios com sua ação e omissão. Se não retirar essa estrutura IMEDIATAMENTE, não haverá mais ninguém para contar histórias amanhã. Oremos!
