O fim da blindagem

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato em primeiro grau, autorizou nesta terça-feira, 9, a abertura de um inquérito específico para que a Polícia Federal investigue o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A autorização representa o fim da blindagem que havia sobre Lula.

O despacho do juiz Sérgio Moro
O despacho do juiz Sérgio Moro

Se as suspeitas se confirmarem, Lula poderá ser preso a qualquer momento pelo Juiz Moro, pois na condição de ex-presidente NÃO possui mais foro privilegiado. Que tal?

Daqui para frente as investigações contra Lula correrão em segredo de justiça e a sociedade somente será informada em caso de medidas cautelares, como busca e apreensão e prisão!

Entenda a investigação

Além das obras supostamente realizadas por empreiteiras do cartel acusado de fatiar contratos da Petrobrás mediante o pagamento de propinas, a força-tarefa da Lava Jato investiga quem são os donos do sítio e quais as relações do advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente Lula, com a compra e a reforma do Sítio Santa Bárbara.

A propriedade está em nome de Fernando Bittar – filho do ex-prefeito de Campinas Jaco Bittar (PT) – e do empresário Jonas Suassuna – sócio de um dos filhos de Lula.
O negócio foi formalizado no dia 29 de outubro de 2010, dois dias antes da eleição da presidente Dilma Rousseff, no 19.º andar de um prédio de escritórios na Rua Padre João Manuel, no Jardins, onde funciona a Teixeira, Martins e Advogados.

Teixeira é amigo de Lula desde os anos 1980 e padrinho do filho caçula do ex-presidente, Luís Claúdio – que mora em um apartamento registrado em nome de uma empresa de sua família, também no Jardins. A família do ex-presidente usa frequentemente o sítio, que foi totalmente reformado em 2011, após sua compra.

A Operação Lava Jato suspeita que pelo menos duas empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobrás – OAS e Odebrecht – tenham executados os serviços, de maneira irregular. Bumlai, que pode ter emprestado um arquiteto para a obra, também é alvo. Outra frente apura se Bittar e Suassuna serviram para ocultar os verdadeiros proprietários do sítio, que tem 173 mil metros quadrados, lago, piscina e uma ampla residência. Segundo o registro, foram pagos por Bittar e Suassuna R$ 1,5 milhão pelo sítio.