Obra embargada no Largo São Sebastião poderia ter sido evitada com consultoria 

Foto: divulgação

Após a instalação de uma loja de chocolate ser embargada no Largo São Sebastião, a repercussão desse evento não pode ser ignorada. O que esse acontecimento nos leva a refletir sobre o futuro desse espaço emblemático de Manaus? A arquiteta e urbanista, Melissa Toledo – conselheira e vice-presidente do CAU-AM triênio 2024-2026 -, oferece uma análise perspicaz sobre o papel desse local na cidade e a importância de considerar o patrimônio cultural em qualquer intervenção.

O Largo São Sebastião surgiu como uma intervenção na paisagem urbana de Manaus no final da década de noventa, marcando-se como uma fusão entre romantismo e ecletismo arquitetônico. Melissa destaca a importância desse espaço como uma representação única da arquitetura regional e das políticas públicas da época, que visavam não apenas restaurar elementos arquitetônicos perdidos, mas também criar um ponto de encontro cultural e gastronômico.

No entanto, quando nos deparamos com o embargo de uma obra, é inevitável questionar se as intervenções atuais estão alinhadas com a essência e o propósito inicial do Largo. É aqui que entra o papel da consultoria em arquitetura e urbanismo.

Melissa ressalta a necessidade de que tanto o setor público quanto o privado sigam os ritos administrativos para preservar o patrimônio cultural. Ela enfatiza que as intervenções devem considerar não apenas os aspectos estéticos, mas também a inserção de elementos econômicos que garantam a sustentabilidade do espaço.

“É de suma importância uma abordagem consultiva na arquitetura e urbanismo, que vai desde a supervisão e coordenação de projetos até a análise de viabilidade e assessoria técnica. A consultoria não apenas oferece suporte técnico, mas também propõe soluções criativas e viáveis dentro das normativas vigentes.” Afirmou a arquiteta.

Diante desse embate entre preservação patrimonial e desenvolvimento econômico, Melissa Toledo ressalta a necessidade de um diálogo aberto e colaborativo entre todos os envolvidos. Somente assim será possível encontrar um equilíbrio entre a revitalização do espaço urbano e a proteção de seu valor histórico e cultural.