Patriota barra oposição na ONU

O chfe da missão do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Patriota, impediu o acesso dos deputados José Carlos Aleluia (DEM-SP) e Luiz Lauro Filho (PSB-SP) ao evento para o qual foram destacados como observadores da Câmara ao evento do qual participará a presidente Dilma Rousseff.

Patriota se recusou a credenciar os dois deputados brasileiros no ato de assinatura do acordo sobre mudança climática. O embaixador, conhecido pela vassalagem em relação a Dilma, que o despreza e o humilhou em diversas ocasiões, ofereceu uma credencial simples que só dá acesso ao prédio, excluindo os deputados ao plenário onde ocorrerá a solenidade de assinatura do tratado.

De acordo com o embaixador, a ordem para não credenciar os deputados partiu do gabinete do ministro das Relações Exteriores, Mauro Lecker Vieira. “Prefiro não acreditar que a ordem tenha saído do gabinete o ministro”, afirmou, incrédulo, o deputado.

A missão oficial da Câmara desembarcou em Nova York para acompanhar o pronunciamento de Dilma, que promete manchar a imagem do Brasil com um discurso de que enfrenta um “golpe”. A postura, considerada pouco republicana, recebeu várias críticas porque o impeachment está previsto na Constituição Federal e ocorre com base em crimes já apontados por órgãos de controle. Ministros do Supremo Tribunal Federal já desautorizaram a alegação de Dilma, lembrando que o impeachmente ocorre de acordo com o que está previsto na Constituição.

Em agosto de 2013, Dilma demitiu o então ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores), cuja atuação ficou marcada pela mediocridade, após submetê-lo a uma sequência de humilhações, inclusive públicas, mas acabou por compensá-lo com a chefia da missão do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU).

O Itamaraty informou agora à noite que na ONU, em eventos multilaterais, são disponibilizadas para cada delegação apenas cinco credenciais de acesso ao plenário, e cabe à Presidência da República indicar quem as recebe. Os deputados pediram credenciais, mas a missão brasileira na ONU “fez o que podia”, conseguindo apenas autorização para que eles tenham acesso ao prédio.