A advogada Beatriz Catta Preta afirmou em recentes entrevistas que renunciou à defesa dos delatores da operação Lava Jato por temer “sofrer algum tipo de violência”. Beatriz afirma também que é ameaçada de forma velada, insistentemente, por pessoas que utilizam a mídia para tal, bem como pelas declarações de políticos membros da CPI.
Por tudo isso, ela decidiu encerrar sua carreira. O que a levou a sair de cena em meio ao maior escândalo de corrupção do País é que, em sua avaliação, é que o caso “tornou-se um jogo político”, atingindo a ela e a seus familiares. ”Minha atuação profissional sempre foi jurídica e, ao deixar de ser tratada assim, decidi encerrar minha carreira”, afirma. Nas últimas semanas, Catta Preta vinha sofrendo forte pressão da CPI da Petrobrás. Aliados do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), queriam sua convocação para revelar a fonte de seus honorários. De imediato, a advocacia em todo o País reagiu, saiu em defesa das prerrogativas da classe e em defesa de Catta Preta.
A entidade máxima da advocacia, Ordem dos Advogados do Brasil, tomou para si o comando da reação por Catta Preta. Foi ao Supremo Tribunal Federal na quarta-feira, 29, com pedido de liminar em habeas corpus preventivo e obteve decisão do ministro Ricardo Lewandowski, presidente da Corte, que a desobrigou de prestar ‘quaisquer esclarecimentos’ à CPI.
Catta Preta é o artífice da Lava Jato. Pelo menos quatro delatores que defendeu e orientou abriram a fase mais explosiva da investigação porque revelaram a ação do cartel das empreiteiras, a corrupção em diretorias estratégicas da estatal e o envolvimento de deputados, senadores e governadores. E ela diz que delator não é traidor!