Precisamos bem mais do que viver de memórias

Manaus completa seus 348 anos hoje.
Cidade linda por sua história digna de livros, filmes e novelas, como aliás já existem muitos. O nosso imortal Thiago de Melo, em sua obra “Manaus, Amor e Memória”, foi muito feliz em retratar a Manaus que jamais esqueceremos:

A Manaus do Centro Histórico e de suas personagens que viverão para sempre em nossas memórias. A Manaus da praça (hoje Largo) São Sebastião, da escadaria dos Remédios, da Saudade.

A Manaus do Rodway, dos bondinhos, das charretes, do peixe à porta das casas.
A Manaus do leite fresco e do pão, que vinha nas cestas e tabuleiros, subindo e descendo as ruas desde às 4 da manhã.

A Manaus da “hora da creolina” no Adolpho Lisboa, quando o sol começava a arder e, por não haver gelo e refrigeração, os fiscais vinham inutilizar o peixe que não havia sido vendido. Meia hora antes ficava bem barato e o pobre podia comprar.

A Manaus das missas, do tacacá da dona Raimunda e da dona Hilda, dos pipoqueiros e vendedores de algodão doce e quebra-queixo nas praças. A Manaus de quando era possível caminhar sem medo e de cabeça erguida.

Hoje, Manaus amedronta com ruas esburacadas, interditadas e mal sinalizadas, além da violência exorbitante e saúde precária. Nunca se viu tanta tristeza e desesperança no manauense. Precisamos resgatar a autoestima desse povo valente, forte e trabalhador.

Precisamos valorizar a capital da Amazônia e suas riquezas, antes que os forasteiros a depenem feito pavão. Precisamos recuperar a história e abrir as portas do futuro. Precisamos realmente acreditar que não viveremos apenas do passado.

Mais do que nunca, precisamos dos órgãos de fiscalização, como o TCE, o Ministério Público e a Justiça, para acompanhar e lutar por Manaus.

Oremos!