Prejuízos da limitação da internet fixa vão muito além da diversão

Limitar a internet fixa afeta o acesso a serviços de streaming de vídeo e música, bem como a jogos, mas não é só a diversão dos brasileiros que está em xeque, segundo o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Claudio Lamachia. “Há muitos outros prejuízos embutidos”, relata ele.

O tema virou alvo de crítica pelos consumidores a partir da decisão da Vivo de limitar dados de internet fixa para novos clientes –e da possibilidade de o limite ser adotado por outras operadoras. É o mesmo que as operadoras de telefonia celular já fazem, cortando o acesso ou diminuindo sua velocidade quando termina a franquia do plano de dados.

Com a mudança, os usuários terão que aprender a controlar o consumo de dados de acordo com o pacote contratado, principalmente aqueles que não têm como pagar por pacotes adicionais. Terão, por exemplo, que diminuir o consumo de vídeos (1h de Netflix, em resolução padrão, consome 1 Gbyte, 10 mil vezes mais que um e-mail sem anexos, segundo a Proteste) e o download de jogos (baixar um game consome cerca de 44 GB).

‘Volta’ da internet discada
“Seria a volta da internet discada para muitos consumidores”, afirma Luiz Santin, diretor da NextComm Consultoria, ao se referir ao período em que os brasileiros viviam “um racionamento do acesso”.

Quem viveu essa época deve lembrar que o uso da internet nas madrugadas era mais frequente por uma questão de custo: as operadoras cobravam apenas um pulso a partir da meia-noite. “A tecnologia evoluiu, mas parece que temos um retrocesso a caminho.”