Rotta leva Arthur para visita técnica a empresa fornecedora de asfalto

Durante a manhã desta terça-feira, 30/5, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, conheceu a usina de asfalto Ardo Construtora e Pavimentação LTDA, na rodovia AM-010. A visita técnica foi marcada pelo vice-prefeito e secretário municipal de Infraestrutura (Seminf), Marcos Rotta, para acompanhar de perto a fabricação do asfalto aplicado nas ruas de Manaus.

Segundo o prefeito, a medida faz parte das metas administrativas da secretaria de obras. “Aqui conferimos a qualidade do asfalto utilizado em nossas ações, que passa por um longo processo, atestado por laboratório. Vamos, ainda, em outras fábricas para mostrar que buscamos um trabalho de qualidade desde a produção do material utilizado por nossos trabalhadores”, afirmou Arthur Virgílio.

Ainda segundo o chefe do Executivo Municipal, o mesmo asfalto de qualidade utilizado nos recapeamentos também é empregado na operação tapa-buracos. “É como se fosse um mini recapeamento, com brita e pedra rachão. Pode até abrir um novo buraco, do outro lado, do lado dele, mas não onde tapamos, porque fizemos com todo cuidado”, defendeu.

A massa asfáltica aplicada nas vias de Manaus é o Concreto Betuminoso Usinado à Quente (CBUQ) e a Areia Asfáltica Usinada a Quente (AAUQ), que possuem ligante derivado do petróleo. Para produzi-lo, a empresa atende uma série de requisitos e normas técnicas do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), que garantem a qualidade e manutenção das suas propriedades.

“Precisamos desmistificar que o asfalto aplicado nas vias da cidade tem qualidade duvidosa. Esse é um passo importante para nossa gestão. Estou aqui para acompanhar e entender mais claramente como é a usinagem, armazenagem, transporte, até a chegada nas ruas da nossa cidade. Quero que os motoristas e a população em geral tenham a certeza que o produto tem procedências de qualidade”, garantiu Rotta.

O engenheiro-chefe da empresa fornecedora do produto para Prefeitura de Manaus, Alexandre Evangelista, explicou que o asfalto é fabricado em usina específica de agregados de vários tamanhos e cimento asfáltico, ambos aquecidos em temperaturas previamente escolhidas, em função da característica do solo.

Segundo o corpo técnico de engenheiros da Seminf, a base da cidade de Manaus é muito ruim. O CBR que é o índice de suporte da base é muito baixo. Há áreas que chegam a 18, enquanto que o mínimo desejado é 60. Isso quer dizer que, mesmo com um excelente tapa-buraco, sempre há a possibilidade de abrir buraco na região em que foi feito o serviço.

O esforço da secretaria está em reforçar a base com várias técnicas que incluem a aplicação da pedra rachão, brita, BGS, Solo-cimento, entre outras técnicas de estabilização de base, seguindo a nomenclatura técnica sobre o assunto.

Outro ponto considerado bastante negativo pela equipe técnica é a ausência de drenagem profunda em grande parte da malha viária da capital. E é nesse déficit que a gestão do prefeito Arthur Neto vem trabalhando arduamente para melhorar, por isso é prioridade ampliar a rede de tubulação, para entregar para uma cidade melhor.

Pavimentação asfáltica

O secretário Marcos Rotta garante que o problema em hipótese alguma é a procedência da massa asfáltica, e sim decorrente de uma série de fatores feitos de maneira inadequada durante muitos anos. A pavimentação é formada por quatro camadas principais: revestimento de base asfáltica, base, sub-base e reforço do subleito.

“Dependendo da intensidade e do tipo de tráfego, do solo existente e da vida útil do projeto, o revestimento pode ser composto por uma camada de rolamento e camadas intermediárias ou de ligação. Mas nos casos mais comuns, utiliza-se uma única camada de mistura asfáltica como revestimento. Para que tenhamos futuramente menos problemas, a implantação das drenagens profundas e superficiais são as principais bases para uma melhor malha viária”, explicou Rotta.

Outros fatores

Ausência de sarjeta e meio-fio. Essa ausência não permite que as águas cheguem às raras redes de drenagem, causando crateras nas laterais das ruas, sobretudo nas ruas das áreas periféricas.

Obstrução nas ruas onde há sarjetas. É muito comum encontrar rampas em ruas, que as pessoas constroem para os carros entrarem em suas residências. Essas construções são irregulares e desviam a água da sarjeta para o meio da rua, favorecendo a infiltração e posterior fragilização da base, resultando em buracos.

Desrespeito ao PBT (Peso Bruto de Tonelada por eixo). Os veículos de carga desrespeitam com altíssima frequência o PBT permitido. Isso ocasiona sobrepeso e aumento de esforço sobre o pavimento. Diminuindo o tempo de vida útil do pavimento, favorecendo o surgimento de buracos.

O aumento da frota de veículos em Manaus. Uma cidade que emplaca 4.000 carros todos os meses. Dando uma média de 48.000 veículos/ano, 480.000 veículos em 10 anos. Todos esses veículos transitam pelas ruas da cidade, aumentando o sobrepeso e os esforços sobre o pavimento.

O crescimento desordenado da cidade, sem planejamento e à base de centenas de invasões em áreas periféricas, obrigou o poder público a levar infraestrutura básica a essas áreas. Porém, não havia preocupação com a drenagem e a terraplanagem. Situação que funciona no curto prazo, mas ao longo dos anos surgem fatalmente os buracos. E isso é a realidade de quase todos os bairros periféricos da cidade.