Sindicalista diz que Salvare está retirando ambulâncias de circulação

Em pronunciamento público no plenário da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), na manhã de quinta-feira, 20, o presidente do Sindicato dos Condutores de Ambulância do Amazonas, Manoel Araújo Lima, disse que a empresa Salvare, contratada pelo governo do Estado para o serviço de transporte ambulatorial, está retirando as ambulâncias de circulação.

Das 22 ambulâncias da Salvare disponibilizadas para prestar serviços às unidades de saúde do Estado, quatro já foram desativadas. “Vai prejudicar porque o Estado não tem nenhuma ambulância. Como vai ficar o atendimento à população? Eles estão recolhendo aos poucos. Estão conosco apenas oito ambulâncias. Como eles estão retirando os GPS, podem levar esse veículo, em balsa, para outras localidades. Isso vem ocorrendo há cerca de duas semanas”, declarou Manoel, durante manifestação dos terceirizados na ALE. “Isso acontece na calada da noite. Nós deixamos os carros nas garagens à noite e, quando chegamos para trabalhar de manhã, eles não estão mais lá. Estão retirando os GPS dos carros para não deixar pistas. Temos medo de que estejam levando os carros para outras cidades e nós vamos ficar na mão”, declarou Manoel Lima.

Conforme o dirigente sindical, a suspeita é que as empresas não pretendem pagar direitos trabalhistas. “Nós sabemos que o que tem de palpável são as ambulâncias, nossa preocupação é que como a Salvare não tem patrimônio no Estado, ela pode tirar esses veículos do Amazonas e não apresentar nenhum bem para pagamentos empregatícios e rescisórios”, afirmou.

A Salvare é uma das três empresas investigadas pela operação ‘Maus Caminhos’, por envolvimento em fraudes. As outras são a Total Saúde e Simea. Todas tiveram repasses bloqueados pela Justiça. As companhias eram contratadas pelo INC (Instituto Novos Caminhos) com recursos do Fundo Estadual de Saúde. Os desvios chegam a R$ 110 milhões, segundo anunciou a PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria Geral da União). A operação foi deflagrada no dia 20 de setembro.

Manoel Araújo Lima pediu que os deputados estaduais questionassem o governo do Estado sobre o que irá acontecer com os funcionários das empresas terceirizadas.

 

Em nota, a Susam informou que não recebeu comunicado sobre retirada de circulação das ambulâncias. Leia a nota: “A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) não foi formalmente comunicada pela empresa contratada sobre qualquer retenção de veículos para transporte de pacientes. A Secretaria irá apurar a informação e se ficar constatada alguma irregularidade por parte da pessoa jurídica contratada, a mesma será acionada e poderá responder administrativamente, passível de responsabilização civil e criminal, dada a especificidade do serviço na assistência à saúde. A Susam está tomando todas as providências para garantir que a assistência aos pacientes sejam mantidas”.

 

Foto e fonte: Amazonas Atual