Terrorismo deixa Paris em estado de emergência

Paris se viu diante de um intenso ataque terrorista coordenado nesta sexta-feira, deixando pelo menos 140 pessoas mortas (112 somente em um dos atentados), além de um número ainda maior de feridos. Homens armados abriram fogo em vários pontos da capital francesa. Também ocorreram três explosões do lado de fora do Stade de France, onde a seleção de futebol do país jogava um amistoso contra a Alemanha. Cinco pessoas morreram no entorno do estádio, disse a polícia. Ao menos cem reféns foram mortos dentro do teatro Bataclan durante um show. Cinco agressores foram neutralizados, segundo a procuradoria parisiense, e a polícia acredita que não há mais agressores vivos. A França abriu um alerta vermelho. Ao menos dois brasileiros ficaram feridos nos ataques, informou a embaixada.

Segundo informações da cônsul-geral do Brasil em Paris, Maria Edileuza Fontenele Reis, à rádio CBN, um dos brasileiros feridos estava em estado grave e foi submetido a cirurgia. Segundo a cônsul, ele perdeu muito sangue e teve de fazer uma transfusão. O outro teve ferimentos leves.

Um ataque armado com fuzis Kalashnikov no 10º arrondissement de Paris deixou mortos e feridos, segundo a polícia da capital francesa. Pelo menos um homem com arma automática teria invadido o local. Estimativas davam conta de quatro a dez pessoas que morreram no restaurante Le Petit Cambodge.

A área do primeiro tiroteio é próxima à Praça da República, área muito movimentada de Paris. De acordo com testemunhas, os agressores fugiram após disparar mais de cem vezes, e pessoas estavam sendo retiradas às pressas do local — também perto do canal Saint Martin, área muito frequentada às sextas-feiras à noite.

Um jovem saiu de casa, a poucos passos da Rue de Charonne, e disse: “Eu saí para dar uma volta tarde nesta sexta-feira e vi o horror, os corpos sem vida na rua, e as pessoas jogando lençóis de suas janelas para cobrir os corpos… Isto é uma guerra na minha casa. Posso entrar em casa, e eu ainda estou bloqueado.”

Um segundo tiroteio ocorreu logo depois perto do local, no boulevard Voltaire. Dois homens armados entraram no bar Le Carillon e abriram fogo, de acordo com testemunhas. Um dos atiradores teria gritado “Allahu akbar” (Deus é grande) e “Isso é pela Síria”, testemunhas disseram, indicando que eles poderiam ser radicais islâmicos.

A polícia relatou um terceiro tiroteio e reféns no próprio Bataclan. O episódio ocorreu no meio do show da banda Eagles of Death Metal, do vocalista do Queens of the Stone Age, Josh Homme. Ele não estava na turnê, no entanto.