Turistas se sentem inseguros nos principais pontos turísticos de Manaus

Para muitos, a chegada das férias combina com uma saída à praça ou a um parque para caminhar, respirar ar puro, conversar e até tomar um sorvete. O difícil é fazer isso, quando se tem medo de ser assaltado. Diante do problema da insegurança, algumas pessoas acabam ficando com medo de desfrutar dos parques da cidade. E, quando vão, dizem quase não ver policiais militares fazendo patrulhamento, o que diminui a sensação de segurança. O receio é compartilhado até por quem costuma visitar pontos turísticos de Manaus, como o Complexo Turístico Ponta Negra e o Largo São Sebastião.

É o que reclama a estudante Silvanita Thaís Barbosa Taveira, 22, que se acostumou a visitar a Ponta Negra para caminhar e, aos domingos à noite, para relaxar com a família. Ela disse que anda com bastante cuidado pelo local e evita levar celular em caminhadas. “Até brinco com umas amigas que nem tenho direito de fazer minha ‘selfie’. Tenho medo de qualquer um passar e levar meu celular”, disse. O medo de ser assaltada é comum a muitos e Silvanita afirmou que gostaria que policiais militares passassem mais vezes, na viatura, pela área.

Segundo uma comerciante que trabalha em um dos quiosques da Ponta Negra, e que pediu para não ter o nome divulgado, a maior onda de assaltos, no complexo turístico, acontece na parte da praia. “No calçadão, tem uns que se atrevem a assaltar, mas na praia é mais difícil de acessar e mais escuro. Então, os bandidos aproveitam”, disse. O promotor de vendas Felipe Silva, 25, disse que, durante os eventos da Olimpíada, em agosto deste ano, realizados na Ponta Negra, a sensação de segurança era muito maior, já que os visitantes podiam ver policiais militares fazendo patrulhamento, a pé, entre quem caminhava pelo calçadão da Ponta Negra. “Na época, tinha umas 30 pessoas andando com o celular na mão. Estavam jogando ‘Pokémon GO’ sem medo de ser assaltados. Depois do evento, ninguém mais se atreve”, afirmou.

A insegurança também é sentida por quem frequenta o Parque Municipal Ponte dos Bilhares, na zona centro-sul. Ponto de encontro de estudantes, o parque se tornou perigoso, segundo frequentadores do local. O professor de Português David Matias de Oliveira, 25, disse que costumava frequentar o parque, pelo menos, três vezes por semana. O local havia se tornado palco para corridas no início da noite, mas o professor disse ter diminuído a frequência de visitas ao local e pretende trocar de parque para fazer caminhadas. “Já vi gente sendo assaltada na minha frente. Muitos jovens frequentam o local e a gente não tem como saber se é um jovem bem intencionado ou não”, afirmou David, acrescentando que costuma ver apenas guardas municipais no parque.

O receio repete-se no Largo São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas, um dos principais cartões-postais da capital. O estudante Geovanne Barbosa, 19, disse frequentar o Largo, semanalmente. Por estudar no Centro da cidade, o Largo é um local calmo em que o jovem diz poder descansar depois da aula, recuperando as forças para seguir para o estágio profissional. “Para ser bem sincero, eu não lembro de ter visto policiais militares fazendo ronda perto do Largo. Quando vi policiais por perto, fazendo ronda mesmo, foi em eventos”, disse o estudante.

 

Fonte: D24 AM