Vamos cuidar, padronizar?

A esquerda a ala-suja das barraquinhas de café da manhã e a direita, a higiene do Mercado Adolpho Lisboa
A esquerda a ala-suja das barraquinhas de café da manhã na feirinha da Eduardo Ribeiro e a direita, a higiene do Mercado Adolpho Lisboa

Depois de anos resistindo, amanheci com uma vontade de visitar a Feirinha da Eduardo Ribeiro, de tanto que as pessoas falam que o lugar é extraordinário etc e tal. Para minha DECEPÇÃO, viu?

Amei a ideia de dar oportunidade aos artesãos para explorarem seus trabalhos lindos e únicos; gostei das barracas de cosméticos e plantas regionais – uma explosão de variedades. Mas quando chegou na ala das barracas de café da manhã foi um desastre: cadeiras e as ESTRUTURAS ENFERRUJADAS, as chapas transbordando gordura, alimentos a céu aberto servindo de aeroporto para moscas e afins, sem falar da defumação dos carrinhos de churrasco de gato, logo na entrada. Aff!

E para salvar meu domingo matinal, fui correndo comer o tradicional mingau de mungunzá do Mercado Adolpho Lisboa, que é tão bem representado na obra “Manaus, amor e memória” – de Thiago de Mello. Sentei e fiquei lembrando da minha infância gostosa ao lado da minha Florzinha de Jesus; todo domingo era sagrado irmos nos deliciar com o tal mingau misturado com o de banana e tapioca… E sem surpresa: tudo limpinho, cadeiras de plásticos padronizadas, tudo MUITO ORGANIZADO e com som ao vivo da melhor qualidade. Dois lugares e duas representações: o de ontem está intacto, palmas à Prefeitura! A feirinha precisa de socorro urgente!