O pedido do então ministro Eduardo Braga (PMDB) para a execução da sentença que cassou José Melo (Pros) e posse imediata dele como governador DESESTABILIZOU o grupo político e administrativo do governo. Nem a introspecção que inspira a semana santa e nem a jurisprudência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) “seguraram” o impacto político negativo do pedido protocolizado esta semana no TRE (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas).
Uma das provas da instabilidade do grupo político do governador foi a tentativa da base na Assembleia Legislativa do Estado em mudar o regimento interno para antecipar a eleição da nova mesa diretora, que sempre ocorre no final do ano. A medida foi interpretada, inclusive por deputados que compõem o governo, como uma maneira ATRAPALHADA de assegurar o poder na Casa nas mãos do atual grupo e admitir o medo de “uma iminente posse de Eduardo Braga”.
Outra sinalização de insegurança do grupo foi quando, na tarde do mesmo dia, o próprio José Melo, que contratou uma dezena de advogados caros, ligou duas vezes para funcionários do TRE sondando se a decisão sobre sua saída já havia sido tomada pela presidente do tribunal, Socorro Guedes.
A via-crúcis de Melo até a deliberação que cabe à presidente do TRE, Socorro Guedes, só deve terminar em quatro dias. Isso porque a assessoria da presidência do TRE informou que a desembargadora decidirá o caso na segunda-feira.
A depender da decisão que magistrada tomar, o governador ainda vai agonizar o calvário da espera de uma liminar no TSE que o mantenha no cargo. O sofrimento poderia ser menor se o grupo não estivesse demonstrando tanto abalo com as ações de Eduardo Braga.
A batalha em curso, no momento, pode não ser exatamente pela cadeira de governador, mas por colocar em evidência a imagem de um governo desestabilizado que pode seguir no poder pendurado por uma liminar. O instrumento jurídico que pode evitar a saída do governador do cargo é considerado precário por ser uma medida que pode ser revogada a qualquer momento. Ficar no poder desta maneira, somada a imagem que o próprio governo produz, dá uma conotação de ABSOLUTA FRAGILIDADE.









