Com a expectativa de vida em torno de 80,3 anos, a mulher brasileira precisa dar ainda mais atenção à saúde, especialmente na faixa dos 50 anos, quando o organismo passa por uma série de mudanças, relacionadas ou não ao funcionamento dos hormônios. “É essencial, até mesmo antes de atingir essa idade, a prática de exercícios físicos, alimentação balanceada e cuidados com a saúde física e emocional, o que inclui acompanhamento médico e exames regulares”, afirma a endocrinologista Larissa Figueiredo, consultora do Sabin Medicina Diagnóstica.
Ela ressalta que entre as mudanças mais importantes desse período na vida da mulher está a menopausa, um processo natural do amadurecimento caracterizado pela ausência menstrual por um período igual ou superior a 12 meses, algumas vezes até mesmo antes dos 50. “Dependendo de quando ocorre a menopausa, é preciso realizar dosagens hormonais no sangue para checar possíveis diagnósticos diferenciais. Nesse caso, realizamos os exames do chamado eixo gonadal, responsável pela produção de hormônios de mudanças cíclicas no ovário e na puberdade”, explica a endocrinologista.
Apesar disso, o Ministério da Saúde ressalta que a menopausa não deve ser considerada doença, mas como uma fase no transcurso da vida feminina. De modo geral, os sintomas são irregularidade menstrual e urinária, ondas de calor, alterações do sono, da libido e do humor. Em alguns casos, é indicada a reposição hormonal.
Reflexos
O avanço da idade e as mudanças hormonais, circulatórias e sanguíneas ocorridas a partir da menopausa aumentam os riscos para doenças cardiovasculares nas mulheres, especialmente devido à diminuição na produção de estrógeno, hormônio com função vasodilatadora que ajuda a evitar o acúmulo do LDL (colesterol ruim) nos vasos.
Segundo Larissa Figueiredo há, por exemplo, maiores riscos de a mulher desenvolver condições cardíacas como angina (dor no peito), infarto e até mesmo um Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Assim como perdemos proteção óssea na menopausa, também perdemos a proteção cardiovascular oriunda dos estrógenos (hormônio sexual feminino)”, afirma a médica.
Ela ressalta que o descontrole do diabetes, tabagismo, sedentarismo, hipertensão arterial, sobrepeso e falta de atividade física também aumentam a incidência de doenças cardiovasculares.
Estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde aponta que o problema já responde por um terço de todas as mortes de mulheres no mundo. Isso corresponde a 8,5 milhões de mortes por ano e mais de 23 mil por dia, o que se agravou com a pandemia, devido ao adiamento de cuidados preventivos fundamentais para a redução dos riscos. A situação preocupante motivou o Grupo Sabin a lançar, em março de 2021, a campanha ‘Coração da Mulher – Cuidado a Cada Batimento’, em parceria com o grupo Fleury. A iniciativa visa alertar a população feminina sobre o problema e conscientizar sobre a prevenção.