Conferência das Cidades no Amazonas destaca papel estratégico da arquitetura e urbanismo para o futuro urbano da região

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A arquiteta e urbanista Melissa Toledo, vice-presidente do CAU-AM, participou da Conferência das Cidades do Estado do Amazonas, trazendo reflexões sobre os desafios e as oportunidades do planejamento urbano e territorial sob a ótica da arquitetura e do urbanismo. Atuando como ponto focal das conferências no estado do Amazonas, Melissa integra a articulação estadual liderada pelo Governo do Amazonas, sob a gestão do governador Wilson Lima, com coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, comandada pelo secretário Marcellus Campelo.

Marcellus tem tido papel central na condução do processo no estado, promovendo o diálogo entre poder público e sociedade civil com vistas à construção de cidades mais justas, inclusivas e sustentáveis. Sob sua liderança, o estado tem fortalecido a participação popular no planejamento urbano por meio das conferências, uma das principais ferramentas previstas no Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) e no Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano (SNDU).

Segundo Melissa, as conferências das cidades são processos participativos compostos por três etapas: municipal, estadual e nacional. “Na etapa municipal, representantes locais da sociedade civil dialogam sobre os desafios da cidade. A estadual consolida essas propostas e define prioridades regionais. Já a nacional formula as diretrizes para todo o país, em diálogo com o Ministério das Cidades”, explica.

A arquiteta destaca que, especialmente no Amazonas, onde há uma diversidade sociocultural imensa e um território com características únicas, o planejamento urbano exige sensibilidade. “Temos municípios com carências históricas em infraestrutura, mobilidade, habitação e saneamento, mas também contamos com uma riqueza ambiental inestimável. É preciso equilibrar preservação ambiental com sustentabilidade urbana e inclusão social”, afirmou.

Melissa defende que a arquitetura e o urbanismo exercem um papel multifacetado nessas discussões. “Nossa contribuição vai muito além do desenho urbano. Ajudamos a pensar como as pessoas vivem, se deslocam, habitam, como se relacionam com o espaço. Traduzimos tecnicamente as necessidades populares em propostas viáveis e transformadoras”, disse.

Ela também pontua que a realidade das cidades amazônicas impõe o rompimento com modelos urbanos importados de outras regiões. “Precisamos de soluções que respeitem as especificidades locais, como a logística fluvial, a vida ribeirinha, o saber tradicional e o conhecimento imaterial. Só assim poderemos construir cidades verdadeiramente amazônicas”, conclui.

A realização das conferências municipais no Amazonas tem sido, segundo Melissa, uma oportunidade valiosa para fortalecer a governança urbana e reafirmar o compromisso com o planejamento participativo e a escuta ativa — pilares essenciais para pensar o presente e o futuro das cidades do estado.