Empresa que recebeu R$ 1,6 milhão da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e que o ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mandou investigar pertence a uma cozinheira de 60 anos, de Sorocaba. Em dois meses do ano passado, a empresa de Angela Maria do Nascimento faturou quase R$ 2,2 milhões, dos quais R$ 1,6 milhão da campanha de Dilma. Ela afirma que nunca recebeu esse dinheiro.
Na última terça-feira, Gilmar Mendes determinou ao Ministério Público de São Paulo que investigue a empresa Angela Maria do Nascimento Sorocaba-ME para apuração de “eventual ilícito”. Mendes é o relator da prestação de contas de Dilma, aprovada com ressalvas em dezembro do ano passado. Mas o ministro manteve o processo aberto a fim de apurar irregularidades em razão da Operação Lava Jato.
O coordenador jurídico da campanha à reeleição de Dilma no ano passado, Flávio Caetano, nega irregularidades. Angela Maria do Nascimento diz que abriu a empresa para atender a um pedido da patroa, a empresária Juliana Cecília Dini Morello, para quem trabalhava como cozinheira.
“Eu pedi um serviço para ela, ela falou: ‘Mas tem que abrir uma empresa’. Então eu falei: ‘Então vamos abrir. Aí, a gente trabalha junto’”, afirmou a cozinheira, que se diz assustada com a repercussão do caso. “Pago minhas contas, pago luz, pago aluguel, tenho dívida. Estou assustada”, disse.
Juliana Dini e o marido, Marcelo Morello, são donos da Embalac Indústria e Comércio Ltda., que produz material para campanhas eleitorais. O principal cliente da empresa de Angela Nascimento foi a campanha de Dilma. Ao todo, a empresa emitiu 24 notas fiscais, das quais o TSE encontrou indícios de irregularidades em seis.









