Capacitados profissionalmente e prontos para atender as necessidades do Polo Industrial de Manaus (PIM), os alunos do curso Técnico de Mecânica Industrial, apresentaram seus projetos finais para a banca julgadora, segunda-feira (22), na Escola SENAI Waldemiro Lustoza. Ao todo, quatro equipes apresentaram os projetos “Automação de rebobinamento de sobras de fitas”, “Protótipo de Esteira Transportadora”, “Mecanismo adaptável para automatização de portão” e “Lixadeira Industrial”.
Os alunos colocaram em prática, por meio de protótipos, os conhecimentos teóricos recebidos em aulas realizadas em mais de um ano de curso, que desenvolvem habilidades essenciais para o mercado de trabalho, como a capacidade de interpretar desenhos técnicos, utilizar ferramentas específicas e realizar montagens e desmontagens de máquinas.
Segundo o gerente da Escola SENAI Waldemiro Lustoza, José Alan Moreira, a formação técnica em mecânica industrial proporcionada pelo SENAI é reconhecida pela sua qualidade e relevância no mercado. “Ao concluir o curso, os alunos estarão aptos a atuar em diferentes setores da indústria, como metalúrgicas, siderúrgicas, empresas automobilísticas e empresas de manutenção industrial”, disse ele.
Os projetos
O projeto “Lixeira industrial”, apresentado pela dupla Helder de Souza e Wellington, foi projetado a fim de auxiliar na melhoria e agilidade dos processos, tendo em vista a qualidade e aprimoramento dos produtos da indústria mecânica, mais precisamente de baterias, material trabalhado pelos alunos.
Segundo o aluno Helder, a intenção é apresentar o projeto para a empresa onde trabalha, a BYD Indústria de Baterias. O protótipo, além de reduzir o tempo de serviço para um minuto (atualmente chega até 25 minutos), contribui para o bem-estar do colaborador que, com o serviço manual realizado, adquire calos nas mãos e dores nos ombros e braços.
O protótipo, que atenderia às necessidades da empresa após alguns ajustes para atender regularizações, como a NR 12, custou para os alunos R$ 600. As peças utilizadas foram o motor, conjunto de roletes e polias, mecanismos de alinhamento e tensionador. “O benefício do projeto para a empresa é desbastar (tirar o excesso dos produtos), dando um acabamento mais definido”, disse o aluno.
Melhorias ergonômicas foi o tema escolhido pela equipe do aluno e mecânico industrial na empresa Microservice, Marcel dos Santos, que mostrou por meio do projeto “Automação de rebobinamento de sobras de fitas”, como realizar de forma automatizada tal processo, que hoje, é realizado de forma manual, tendo como sua principal forma de força motriz, a movimentação de uma manivela, o esforço constante, do operador que for utilizá-la.
Para a equipe, o projeto trará um ganho ergonômico para a empresa, ao utilizar um motor elétrico que substitui este processo manual, minimizando a intervenção humana. O dispositivo de rebobinamento de sobra de fitas atende esta característica, extinguindo os esforços desnecessários por parte do operador, que levar mais de um minuto e poderá ser feito em até 20 segundos.
“Ao analisarmos o cenário que levou à criação do dispositivo de rebobinamento, identificamos a presença de esforço repetitivo, que, a médio e longo prazo, poderia resultar em Lesões por Esforço Repetitivo (LER) para o colaborador. Portanto, a criação do dispositivo visa mitigar esses riscos, alinhando-se às diretrizes ergonômicas e contribuindo para um ambiente de trabalho mais seguro e saudável”, completou Santos.
De acordo com o instrutor das turmas de técnico em mecânica e cursos profissionalizantes do SENAI, Everson Lopes Marinho, os alunos conseguiram demonstrar de forma prática, todos os ensinamentos recebidos pela instituição, estando aptos a realizarem tais atividades em suas empresas. “Esses projetos para o SENAI é como se fosse, para eles na verdade, a finalização de um processo, sendo gratificante para eles e para nós, os instrutores. A gente poder ver os conhecimentos deles sendo aplicados, é gratificante”, ressalta o professor.