O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, durante a coletiva de imprensa promovida pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), nesta terça-feira,12, no Novotel, destacou o aumento da produção industrial da Zona Franca de Manaus, em especial do Polo de Duas Rodas, com potencial de demanda ainda reprimida do mercado brasileiro.
“Estamos apenas começando a retomada da normalidade frente a uma avalanche que derrubou a atividade econômica em todos os setores, ainda com entraves diante do cenário desafiador. Isso em meio a uma inflação em crescimento no mundo com o cenário de guerra e de escassez de matérias-primas e commodities básicas”, frisou Silva.
O Polo Industrial de Manaus (PIM) registrou no primeiro quadrimestre do ano montante de R$ 52,68 bilhões e 105 mil empregos, o que representa uma alta de 8,96% de lucro em relação ao mesmo período de 2021 (R$ 48,35 bilhões).
O segmento de Bens de Informática do Polo Eletroeletrônico segue ocupando a liderança de faturamento, R$ 17 bilhões no quadrimestre e crescimento de 29,22% comparado ao ano de 2021, entre todos os subsetores do PIM. Já o Polo de Duas Rodas se destacou com o faturamento de R$ 7,77 bilhões e crescimento de 37,44%.
Segundo a Abraciclo, a nova perspectiva do setor é produzir 1.320.000 unidades nas fábricas instaladas no PIM. O volume é 10,5% superior às 1.195.149 motocicletas fabricadas em 2021. A projeção inicial era de produzir 1.290.000 unidades, com crescimento de 7,9%.
Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, aponta os fatores que levaram a associação a elevar a expectativa de produção. “As unidades fabris retomaram o ritmo das linhas de montagem e registram crescimento sustentável durante o primeiro semestre”, explica. “Somado a isso, temos um mercado com tendência de alta, com o avanço dos serviços de entrega (delivery), o maior uso da motocicleta nos deslocamentos urbanos, além do fator aumento dos preços dos combustíveis”, complementa.
Produção
No primeiro semestre foram produzidas 671.293 motocicletas no Polo de Manaus. O volume é 18% superior ao registrado no mesmo período do ano passado (568.863 motocicletas). Segundo a Abraciclo, esse é o melhor resultado para os seis primeiros meses do ano desde 2015 (697.540 unidades).
Em junho, 101.695 motocicletas saíram das linhas de montagem, queda de 21,6% na comparação com maio (129.781 unidades) e de 3,6%, em relação ao mesmo mês do ano passado (105.450 motocicletas). A retração já era esperada devido ao início das férias coletivas. “As fábricas aproveitam essa parada para realizar as manutenções e os ajustes necessários em suas linhas de montagem”, explica o executivo.
Vendas no varejo
No acumulado do ano, os licenciamentos totalizaram 636.565 unidades, aumento de 23,1% na comparação com o mesmo período de 2021 (517.154 motocicletas). Esse é o melhor desempenho para o primeiro semestre desde 2015 (641.707 unidades).
Em junho, foram emplacadas 120.841 unidades, o que corresponde a uma queda de 9,4% na comparação com maio (133.344 unidades). Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve alta de 13,3% (106.680 motocicletas).
A categoria mais licenciada foi a Street, com 59.364 unidades e 49,1% de participação no mercado. A Trail ficou em segundo lugar (24.213 motocicletas e 20% dos emplacamentos), seguida pela Motoneta (18.169 unidades e 15%).
Mercado por região
A região Norte registrou o maior crescimento porcentual no volume de licenciamentos de motocicletas no primeiro semestre. No total, foram emplacadas 76.798 unidades, alta de 40,7% na comparação com o mesmo período do ano passado (54.587 motocicletas).
Em números absolutos, a liderança no ranking de emplacamentos é da região Sudeste (245.434 motocicletas licenciadas e 38,6% do total do mercado). Na sequência, ficaram Nordeste (189.530 unidades e 29,8% do mercado), Norte (76.798 motocicletas e 12,0%), Sul (63.657 unidades e 10%) e Centro Oeste (61.146 motocicletas e 9,6%).
As posições foram mantidas no levantamento mensal: Sudeste (46.455 motocicletas emplacadas e 38,4% do mercado), Nordeste (34.373 unidades e 28,4%), Norte (16.580 motocicletas e 13,7%), Sul (11.921 unidades e 9,9%) e Centro Oeste (11.512 motocicletas e 9,5%).