“Não se quebra um contrato assim. Será que o governador não pode ouvir o apelo das famílias que andam de ônibus e que estão sendo injustiçadas por um ato de vingança?”
Questionou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, durante a abertura do ano letivo da rede municipal, realizada nesta sexta-feira, 3, na Escola Municipal Sílvia Helena Bonetti, no bairro Lago Azul, zona Norte. O recado foi direto ao governador José Melo, que anunciou cortes na isenção fiscal sobre combustível e sobre o IPVA oferecidos ao Sistema de Transporte Coletivo da capital.
O chefe do Executivo municipal questionou os reais motivos da dura medida tomada por Melo que, segundo ele, parece ser fruto de perseguição política.
“Não me pergunte o que fiz a ele, mas se quer punir a minha pessoa que escolha uma maneira de me atingir diretamente. Atingir os usuários do transporte coletivo porque não gosta de mim é algo muito pequeno e uma injustiça com o povo que o elegeu”, afirmou.
Arthur chamou de “Tarifa Melo” a jogada política do grupo ligado ao governador, tentado pressionar o aumento da passagem de ônibus com o corte das isenções, já pensando nas eleições de 2018.
“Eles que pensem em eleição à vontade. Eu penso na injustiça de se querer implantar uma ‘Tarifa Melo”, uma tarifa da maldade contra o povo manauara”, disparou.
O prefeito disse ainda que, desde 2016, a prefeitura assumiu integralmente o custeio do subsídio oferecido as empresa que operam no Sistema, o que possibilitou o congelamento da tarifa nos últimos anos, além de um reajuste mínimo no valor pago pelos usuários de ônibus em 2017.
“Pagamos o subsídio sozinhos, porque ele não honrou seu compromisso. Agora, de uma hora para outra, decide cancelar a isenção e acho até que não tem razão jurídica para isso”, comentou.
Arthur finalizou sua mensagem fazendo um apelo ao bom senso do governador José Melo.
“Faço aqui o meu apelo para que o governador recue dessa decisão. Poupe o meu povo que precisa de um melhor transporte coletivo, como o BRT, que estamos lutando para implantar. Estou aqui à disposição de sua maldade, mas deixe a população livre dela”, concluiu.
De acordo com a Secretaria Municipal de Finanças, Tecnologia da Informação e Controle Interno (Semef), a prefeitura assumiu em julho do ano passado a parte do subsídio que era paga pelo Governo do Estado, pagando todas as parcelas em atraso e quitando o valor anual integralmente. O Município também já quitou parcialmente os valores correspondentes a janeiro e fevereiro de 2017.