Cabaré Chinelo’ volta em janeiro com apresentações no fim de semana

Ingressos antecipados disponíveis pelo Sympla

O “Cabaré Chinelo” volta ao Teatro Gebes Medeiros (Avenida Eduardo Ribeiro, 937, Centro) para nova temporada em janeiro e, desta vez, o espetáculo do Ateliê 23 em parceria com a companhia de teatro argentina García Sathicq vai ser apresentado no fim de semana.

Os ingressos para os dias 13, 14 e 15 de janeiro estão disponíveis por R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) pelo Sympla (sympla.com.br). Nos dias de apresentação, os bilhetes vão ser vendidos a R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), na entrada, a partir das 19h.

“O público quer assistir e nós estamos aqui para apresentar”, afirma ator Eric Lima, que interpreta o Diabo na obra inspirada na pesquisa de Narciso Freitas. Ele assina ainda a assistência de produção, direção musical, coreografia e divide a dramaturgia com o diretor Taciano Soares.

“O trabalho faz com que as pessoas assistam e queiram voltar, para assistir de outros lugares do teatro e isso tem sido muito interessante”, comenta o artista. “Esgotar os ingressos em todas as apresentações da primeira temporada é a resposta do público para o teatro autoral”.

Eric Lima conta que, em 2023, o projeto também deve circular por espaços como a sede do Ateliê 23, Teatro Amazonas e no Casarão de Inovação Cassina, local que abrigou o Cabaré Chinelo no período da belle époque manauara. O espetáculo é um dos destaques na programação de 10 anos da companhia de teatro.

“O Gebes Medeiros nos abraçou neste primeiro momento, é um lugar perfeito nessa relação de proximidade com o público, mas queremos estudar outras formas de ocupação para o ano que vem”, explica o ator. “Queremos experimentar outros dias e mais apresentações”.

Experiência – Para a atriz Ana Oliveira, que vive Sarah Coliber Fray em cena, o “Cabaré Chinelo” vem mostrando o quanto a arte local é potente, e ainda mais, contando a saga de meretrizes envolvidas em um grande esquema de tráfico internacional e sexual entre 1900 e 1920.

“Estou muito feliz de poder honrar essas mulheres reais, são vozes que racharam os túmulos para contar um capítulo da capital manauara que foi escondido”, destaca. “Acredito que para qualquer atriz, oportunidades assim, de dar corpo e voz a uma mulher real, a uma causa que acredita, com todo o cuidado e maestria da música e direção é meta de vida”.

Sarah Coliber Fray foi uma polaca traficada e enganada com a ilusão de um casamento. Segundo Ana Oliveira, interpretar a personagem foi um desafio uma vez que ela estava há muito tempo afastada do teatro dramático, trabalhando com palhaçaria.

“É um mergulho profundo que tanto nós, elenco, quanto plateia, somos convidados a encarar. Para mim, foi um salto para uma zona de total desconforto onde preciso encontrar voz e força para dar vida a essa polaca”, define a artista. “Conseguir trazer todas essas dores para cena, de maneira que também toquem a plateia, aprender um outro idioma e cantar são projetos que nos obrigam a crescer também”.

O espetáculo “Cabaré Chinelo” tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericanas – IBERESCENA.